O atual presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) Luís Duque, revelou que decorrem negociações entre a Liga e vários grupos chineses dispostos a investirem no futebol português.
“Não é prudente falar a meio das negociações, que envolvem cláusulas contratuais etc., mas posso-lhe dizer que está em causa, eventualmente, a transmissão televisiva das competições nacionais para o continente asiático, cujas receitas beneficiarão diretamente os clubes”, disse, em entrevista à agência Lusa, Luís Duque, convicto de que na Europa “há muitos clubes à procura deste investimento chinês”.
O candidato a um novo mandato na presidência da LPFP defende essa solução: “Ainda ontem vi declarações de um dirigente do futebol em que catalogava o investimento chinês como mau. O investimento chinês nos seguros, na EDP e na Banca é bom, no futebol é mau. Acho que esse dirigente está mais preocupado que esse investimento se concretize na II Liga”.
Luís Duque reconhece que “os investidores que vêm da Ásia têm mais poderio económico” e admite que as negociações envolvem “vários grupos chineses que entraram em vários setores da atividade económica do nosso país em força e com dinheiro”, razão pela qual diz que os “está a ouvir”.
O crescimento do futebol na China e a importância que o atual presidente chinês tem dado à modalidade foi destacado por Luís Duque, que revelou ter tido há poucos dias uma conversa com o embaixador daquele país em Portugal.
“Quis saber o que se passava no futebol português e o segredo dos seus êxitos. A China gosta de futebol, tem meios, capacidade de investimento e os chineses são bem recebidos em Portugal. Se somos o país estrangeiro onde os chineses mais têm investido, por que é que o futebol há de ficar arredado desse investimento?”, observou Luís Duque, considerando fundamental, para atrair esse investimento, que o futebol português “dê uma imagem de uma indústria consolidada, estruturada e com futuro”.
Sugere mesmo que o futebol em Portugal seja “uma porta na Europa para a China” e que o investimento chinês deve apontar para a II Liga, por ser “a mais adequada a captar esse investimento e a capitalizar o futebol português”.
As negociações com “as empresas chinesas e não só” sofreram, segundo Luís Duque, algum atraso “devido às eleições para a Liga e o momento crítico que se atravessa em termos da organização das competições”, que estão aí à porta, além de “outros dossiês que têm de ser fechados”.
“Lamento não ter tempo para andar em campanha, nem utilizar meios nem contratar assessorias, mas se os clubes me desafiaram a continuar, o que melhor posso mostrar é o trabalho feito e aquilo que está a ser conseguido”, concluiu Luís Duque.
Luís Duque é candidato às eleições da LPFP, marcadas para terça-feira, para um novo mandato, concorrendo ao cargo com o ex-árbitro internacional Pedro Proença.
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