O candidato à presidência do Benfica João Noronha Lopes assentou hoje os objetivos para o clube num futuro “com ambição, com credibilidade e com competência”, aliando “sustentabilidade financeira com sucesso desportivo”.
Vice-presidente das ‘águias’ entre 2000 e 2001, no mandato de Manuel Vilarinho, que antecedeu Luís Filipe Vieira, João Noronha Lopes apresentou oficialmente a candidatura no Centro Cultural de Belém e entende que chegou o “fim de um ciclo”, embora reconheça “o trabalho de Luís Filipe Vieira”.
“Chegámos ao fim de um modelo de liderança que está esgotado. O Benfica perdeu dois campeonatos em três para um rival que está intervencionado na UEFA, teve prestações europeias desastrosas e saiu do ‘top-20’ dos clubes europeus. Isso aconteceu porque se perdeu o foco naquilo que se interessa, resultados desportivos”, expressou.
Criticando o último mandato do atual dirigente dos ‘encarnados’, marcado pela “desorientação, incoerência, incapacidade de aprender com os próprios erros e contradição entre o que é dito e o que é feito”, assim como o desvio do sucesso desportivo, João Noronha Lopes afirmou que “o negócio do Benfica é vencer jogos e os dividendos são as vitórias”.
“É preciso mudar, agora. É agora que queremos ganhar. Não podemos adiar mais a glória que já foi nossa. Não podemos adiar mais o Benfica europeu que os benfiquistas merecem. Sabemos como fazê-lo”, apelou o sócio 5.001 do clube da Luz, frisando que “a ambição do Benfica tem de ser a ambição dos benfiquistas”, o que considera não se verificar atualmente.
Questionado sobre o regresso de Jorge Jesus ao comando técnico da equipa de futebol do Benfica, João Noronha Lopes foi perentório ao afirmar que o treinador teve comportamentos que não gostou quando abandonou a Luz, em 2015, mas “é um grande treinador” e é o seu treinador, mas não considera o mesmo em relação a Luís Filipe Vieira.
“O que eu não percebo é como é que Jorge Jesus pode ser o treinador de Luís Filipe Vieira, quando foi empurrado porque não cabia no projeto e quando há pouco Luís Filipe Vieira disse que ele nunca mais voltaria ao Benfica”, realçou.
Sustentado num “projeto estratégico de longo prazo, que não varia ao sabor das luzes, da vontade de um homem só e de calendários eleitorais”, João Noronha Lopes prometeu apresentar uma equipa “que partilha a mesma visão do clube” e “capazes de cumprir os objetivos ambiciosos” que são propostos.
O candidato quer propor uma revisão de estatutos, que “introduza a limitação de mandatos”, bem como a criação de um “código de conduta que impeça conflitos de interesses entre membros dos órgãos sociais e entre membros dos órgãos sociais e acionistas”, mostrando também vontade em travar “uma luta sem tréguas contra a opacidade no futebol português”.
As eleições presidenciais no Benfica realizam-se em outubro e já foram avançadas várias candidaturas, entre as quais a do atual presidente Luís Filipe Vieira, do antigo vice-presidente Rui Gomes da Silva e do empresário Bruno Costa Carvalho.
“O Benfica é o clube mais democrático em Portugal. O que faz falta hoje no Benfica é debater ideias, projetos e discutir o futuro que está à nossa frente. Espero que haja vários candidatos às eleições do Benfica e que todos tenhamos a possibilidade de o fazer”, sublinhou.
João Noronha Lopes, de 54 anos e natural de Lisboa, é licenciado em Direito e é membro do Conselho da Diáspora Portuguesa desde 2013, ano em que recebeu o galardão ‘Best International Leader Award’, que distingue os melhores líderes portugueses a nível mundial.
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