O presidente do Boavista, João Loureiro, delegou a representação do clube na SAD gestora do futebol profissional no presidente-adjunto da direção, Vítor Murta, disse à Lusa o líder ‘axadrezado’, que invoca “razões de saúde”.
"A semana passada fui confrontado com uma situação que prefiro não comentar, em que me senti bastante indisposto numa situação em que estava ao serviço do Boavista", disse João Loureiro à agência Lusa, observando que, "por vezes, por feitio", fica num estado de "algum nervosismo".
A indisposição ocorreu na sequência de uma intervenção do dirigente junto da equipa de futebol, na semana passada. "Exaltei-me um bocado, enervei-me e dei dois murros na mesa", disse o dirigente máximo boavisteiro, que não deu mais pormenores sobre essa sua iniciativa.
O Boavista vinha de três derrotas consecutivas na I Liga de futebol, nas visitas ao Sporting de Braga e ao FC Porto e, pelo meio, com o Feirense em pleno Estádio do Bessa, e no domingo voltou aos triunfos, batendo em casa o Moreirense, por 2-0, num encontro a que João Loureiro já não assistiu.
João Loureiro, que não quis dar mais pormenores sobre o episódio, explicou que se sentiu mal no decurso essa sua intervenção e que por isso entendeu procurar "algum aconselhamento médico" para saber o que se tinha passado consigo.
"Sendo muito objetivo, o que me foi transmitido é que, pelo menos de momento, eu não estou em condições de assistir a jogos de futebol e estar sujeito a situações de ansiedade, Isso mexeu bastante comigo", salientou.
A decisão de delegar no presidente-adjunto, Vítor Murta, as suas responsabilidades na SAD foi já oficializada através de um comunicado e foi tomada após uma reunião da direção realizada sábado passado.
O Boavista Futebol Clube detém 55% do capital da SAD ‘axadrezada’, cuja administração é presidida por Álvaro Braga Júnior.
"As pessoas que me viram e aconselharam disseram que era um risco muito grande se eu continuasse a ter este nível de atividade, que não tem a ver só com os jogos, mas também com um percurso muito duro e difícil nos últimos quatro anos, desde que regressei à presidência" do Boavista, referiu ainda João Loureiro.
João Loureiro frisou que "as duas últimas épocas não foram fáceis" para o Boavista, que tanto a nível desportivo com no plano financeiro, uma vez que a instituição está a regularizar as suas dívidas a vários credores, entre eles o Estado, o que envolve um esforço anual de cerca de 1,8 milhões de euros anuais.
A par dessas obrigações, que irão prolongar-se por mais quase oito anos, o Boavista tem ainda um orçamento aproximado de dois milhões de euros para o futebol profissional.
"Presumo que tenha sido um acumular disso tudo que tenha causado esta situação. Falei com a minha família e num primeiro momento considerei a hipótese de, pura e simplesmente, apresentar a minha demissão, mas depois, passada aquela surpresa, achei quer ainda não é o momento de deixar funções", esclareceu João Loureiro.
O seu mandato como presidente da direção do Boavista acaba em dezembro de 2018. "A minha vontade é cumpri-lo até ao fim", referiu ainda.
O dirigente argumenta que "ainda há dossiês muito importante ainda em cima da mesa e obstáculos que o Boavista tem de ultrapassar", considerando-se, "sem falsas humildades", "importante para a resolução desses dossiês".
O dirigente que diz conhecer bem Vítor Murta: "Confio nele, é boavisteiro desde sempre e é uma pessoa discreta e com muita capacidade de trabalho e muito eficiente. Achei que era a pessoas certa para fazer a representação do clube na SAD, que estatutariamente pertence ao presidente", destacou.
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