A I Liga regressa no próximo dia 3 de junho, debaixo de fortes medidas de segurança e de higiene devido à pandemia de COVID-19, que obrigou a competição a parar no passado dia 12 de março. 87 dias desde a última vez que a bola rolou, os jogadores regressam aos relvados, mas vão encontrar bancadas despidas. Isto porque todos os jogos serão realizados à porta fechada, até ao final da prova esta época.
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O SAPO Desporto foi à procura dos grandes adeptos dos clubes da Primeira Liga que agora se vêem privados de apoiar o clube do seu coração ao vivo nos respetivos estádios, de forma a saber como estão a planear viver os restantes nove jogos que os seus emblemas têm em falta.
João Borges, adepto do Rio Ave e presidente da associação de apoio ao clube - os Ultra Verdes, não vai poder ocupar o seu lugar cativo no estádio em Vila do Conde, como habitualmente o fazia, referindo que o "futebol sem adeptos não tem encanto".
SAPO Desporto - Onde vai ver os jogos da I Liga?
João Borges - Dependendo dos horários, serão maioritariamente em casa, sendo que, caso se proporcione, organizarei eventos em espaços públicos, tipo bares ou cafés, de forma a poder ver em grupo com os Ultras Verdes, associação à qual presido.
SD - Está a pensar ir até ao estádio, mesmo não podendo entrar, para apoiar o seu clube?
JB - Na condição de presidente de uma associação de apoio ao clube, penso seriamente em propor aos restantes membros de direção, a organização de movimentos de apoio nas imediações do estádio antes, durante e/ou após os jogos.
SD - Concorda com o regresso da I Liga ou o campeonato já deveria ter sido suspenso?
JB - O ideal será sempre as competições realizarem-se e disputarem-se até ao fim, contudo, tendo em conta a situação excecional desta pandemia, e por uma questão de justiça relativamente a todas as outras divisões e até ao restante desporto em geral, deveria já ter terminado, respeitando as classificações que se registavam na altura da interrupção. Por outro lado, se tivermos em atenção ao peso que o dinheiro da pptv tem nos orçamentos dos clubes em Portugal, o campeonato tem mesmo que ir até ao fim para não haver um descalabro financeiro.
SD - Tem alguma tradição ou ritual para ver a bola que agora não possa fazer?
JB - Sim. O ritual de estar com os meus consócios antes e depois dos jogos na nossa sede a confraternizar. O futebol é uma festa! Não podemos ocultar que o único agente do negócio futebol que paga para estar nesta indústria é o adepto, aquele que mais uma vez é esquecido pela cúpula do futebol.
SD - Que sugestão deixa aos restantes adeptos? Quer propor algum ritual para os dias de jogos?
JB - Sugiro aos adeptos que com as devidas precauções juntem-se para ver/participar na festa do futebol. Seja em receções às respetivas equipas nos seus estádios, ou optarem por festejar os golos em conjunto e assim vibrarem com o desporto que todos amamos. O futebol sem adeptos não tem encanto.
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