Declarações de Jesualdo Ferreira, treinador do Boavista, à Sport TV, após a derrota (0-1) diante do Marítimo, no Estádio do Bessa, da 29.ª jornada da I Liga.
"Esperava estar aqui com outro estado de espírito e com uma atitude mais feliz, porque também esperava muito que a equipa fosse capaz de encarar este jogo dentro da linha das finais que nós temos e a 100%."
"Na verdade, a equipa não foi capaz de entrar no jogo como desejaria, não agarrou logo o jogo, deu confiança ao adversário e perdeu confiança. Isso foi decisivo na divisão dos lances e nos espaços perdidos, o que não é normal pela forma como pensamos o jogo."
"Não tivemos problemas defensivos na primeira parte, mas não fomos capazes de jogar. Surge então a pergunta que tenho de fazer a mim próprio e aos jogadores: Porquê?"
"Senti que não foram capazes de gerir melhor a ansiedade que tinham, sendo que já não é a primeira vez que isto acontece em casa. Pensava eu que isso já estava ultrapassado pela forma como fomos capazes de fazer os últimos jogos, mas não."
"Acima de tudo, sinto que tão depressa estamos em cima como baixamos logo. Isto só tem a ver com questões de natureza mental e temos de esperar que se estabilize com trabalho. Quando isso acontece, a equipa joga bem e é capaz de obter bons resultados."
"Fica a desilusão, mas também a certeza de que o nosso trabalho continuará com a mesma intensidade e exigência nos cinco jogos que temos. Dependemos de nós e, quando assim é, temos apenas e só de contar com o compromisso de todos."
"Comentários à arbitragem? Quando me referia ao bom senso, falava de uma coisa que todos acham que é verdade na nossa vida. Com uma liderança sem bom senso, dificilmente conseguimos juntar. Liderar é juntar e não dividir."
"O Boavista vai em primeiro lugar na Europa em termos de cartões vermelhos. Pode-se retirar daí a ideia de que somos uma equipa violenta, arruaceira e que não joga, algo que não é verdade. Tem muito de incompetência nossa, alguma ingenuidade, mas também tem falta de bom senso em determinadas situações. É bom que as pessoas o assumam."
"Não é uma crítica, apenas e só uma constatação. Nunca permiti naquela cabine que alguém se escondesse atrás dos árbitros. Nunca o fiz nem nunca o irei permitir. Soam a desculpas fáceis e muitas vezes até dá jeito que o ‘mister’ esteja a falar disso."
"Se o jogo tivesse corrido desta ou de outra forma, teria exatamente a mesma opinião. Foi apenas uma conversa na tentativa de fazer entender às pessoas que o jogo tem leis e há uma outra, que é o bom senso, tal como em qualquer outra liderança da nossa vida."
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