Ivo Vieira, treinador do Famalicão, lamentou os primeiros minutos da sua equipa no encontro frente ao FC Porto, mas que o segundo tempo mostrou uma equipa mais próxima do que deve de ser o Famalicão daqui em diante.

Análise ao jogo: “Acho que na primeira parte não existimos, os primeiros 15 minutos entregamos a bola ao FC Porto para nos sujeitarmos a defender, foi esse o jogo. Depois equilibramos, tivemos uma situação em que poderíamos empatar, não conseguimos, mas equilibramos o jogo, mas foi insuficiente e muito pouco para aquilo que a equipa tem que produzir. Na segunda parte, sim, procurou, não com qualidade mas com a vontade. Ligando aquilo que foi o primeiro jogo, hoje sim os atletas deram sinais daquilo que podem ser no futuro, no jogo do Paços ficámos aquém daquilo que é o Famalicão e do que os famalicenses esperam de nós. Hoje sim, em termos de sinais, houve algo mais na segunda parte. Os jogadores trabalharam, debaixo de calor intenso, mas defrontamos uma equipa forte, sabíamos da sua valia e discutimos o jogo até ao fim. Não conseguimos ganhar, o FC Porto está de parabéns. Neste momento temos zero pontos e o que conta para o campeonato é a soma dos mesmos”

Segunda parte deve de ser imagem do Famalicão daqui em diante: “Sim, nitidamente. Os jogadores que são treinados por mim têm de levar a minha ideia, muitas vezes não se consegue por mérito do adversário, outras porque não conseguem interpretar o tipo de jogo. Eu sou um treinador que vou privilegiar a qualidade do jogo, atacar a baliza do adversário. Já defendi no passado que é assim que estes jogadores vão crescer. (…) O comportamento dos jogadores na segunda parte vai de encontro ao que os adeptos querem da equipa”

Juventude na equipa: “Esse é o processo mais fácil, esconder atrás dessas razões [lesões]. Estes são jogadores do Famalicão, são jogadores que eu treino, que têm de ter rendimento. São opções minhas, se eu não as tivesse, entrariam outros. Se os tenho como opção é porque acredito neles, têm de crescer, têm de evoluir, têm de dar mais”

Frustração pelo golo anulado: “Há uma situação que as pessoas têm de perceber: o viver o jogo. O adepto vive com entusiasmo, o treinador vive com vivência, os jogadores que vivem com adrenalina e esses momentos são normais no futebol. A verdade é que a bola entrou e depois houve uma correção do VAR. Mas esse timing é natural, o festejo, o momento… As pessoas têm de perceber os comportamentos de quem vive o futebol, porque estar no sofá a viver de forma tranquila, a beber um bom vinho, a comer um bom queijo é completamente diferente de estar aqui. É o momento, peço que as pessoas percebam esse comportamento dos intervenientes do jogo”

Já Riccieli, marcador do golo do Famalicão, partilhou da ideia do seu treinador em relação ao início do jogo, mas realça a atitude demonstrada pela equipa.

Análise ao jogo: “Sinceramente entrámos desligados na primeira parte. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, não podíamos dar brechas. Acabámos por dar algumas e eles fizeram o golo. No intervalo, o mister falou connosco e acertou o que estava errado. No segundo tempo fomos à procura da vitória, infelizmente aconteceu o que não me cabe a mim falar aqui [segundo golo anulado]. Feliz não pelo resultado, mas pela atitude da equipa, como entrou no segundo tempo. Infelizmente não deu, mas o campeonato está a começar”

Frustração depois do golo invalidado: “Nós ficámos tristes, comemorámos, pensámos que não havia fora de jogo, mas eu acho que não nos podemos segurar a isso, temos de ver as outras coisas que fizemos dentro do campo. A segunda parte foi excelente, tivemos algumas falhas mas fomos muito superiores no segundo tempo. Infelizmente não deu, agora é bola para a frente e trabalhar para o próximo jogo”

Segunda parte é amostra do que o Famalicão pode fazer: “Sim, acho que temos de olhar para as coisas boas. Temos de acertar as coisas menos bons e agarrar-nos as coisas boas. A nossa equipa, a nossa cara é esta do segundo tempo”