O Benfica está “mais forte”, mas o FC Porto “parte como favorito” para a reconquista do título da I Liga portuguesa de futebol na época 2020/21, que arranca sexta-feira, considerou hoje o antigo treinador dos ‘encarnados’ Toni.
A antiga glória benfiquista reconheceu que o clube da Luz “fez um investimento grande numa conjuntura desfavorável”, mas lembrou, por outro lado, que isso “não é sinónimo de que tenha de ganhar”, colocando-se na equipa dos que defendem que “o campeão é sempre aquele que parte como favorito” para a temporada seguinte.
“Ficará o Benfica com mais opções, naturalmente, de jogadores de qualidade que vêm juntar-se a outros que o tornarão num Benfica mais forte do que na época passada, isso é um facto. Mas continuo a pensar que o FC Porto, tendo ganhado o campeonato e fazendo aquisições cirúrgicas, recorrendo ao mercado nacional, de jogadores que já conhecem o futebol português, como campeão, para mim, é sempre aquele que parte como favorito”, afirmou Toni, em declarações à agência Lusa.
De resto, Toni vê no “esforço grande em termos financeiros” do Benfica não só uma tentativa de trazer o clube “para a discussão do título”, mas também como uma forma de “tornar possível uma presença mais marcante nas competições europeias”, apesar de as ‘águias’ já terem sido eliminadas pelo PAOK, da Grécia, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
“O esforço financeiro é não só para que o Benfica tente quebrar a conquista do campeonato [por parte do FC Porto], mas também para o trazer para patamares, enfim, ainda longe de poder discutir ser campeão europeu, mas para ter melhores prestações num palco onde se valorizam os jogadores”, afirmou.
Dessa forma, o campeonato será “discutido por aqueles que parecem mais apetrechados”, mas há também “o Sporting de Braga a consolidar-se e a dizer, já há algum tempo, que poderá intrometer-se na discussão do título”, além de um “Sporting no seu ano zero” a formar um plantel “de forma rigorosa e criteriosa”.
“Por isso, o campeonato vai ser discutido mais por aqueles dois que referi [FC Porto e Benfica], mas nunca o Sporting pode ser excluído dessa discussão e também o Braga a incluir-se [na luta] e a encurtar muito as distâncias”, analisou o técnico campeão nacional em 1988/89 e 1993/94.
Segundo Toni, para o eterno rival das águias, o Sporting, fica reservado, mais uma vez, o ‘papel’ de fazer despontar novos talentos do futebol português na sua equipa principal, até porque no Benfica “há uma série de jogadores na primeira equipa que lhes estão a vedar esse acesso”.
“Há um jogador que me parece, com a saída de Acuña, e que eu gosto muito, que é o Nuno Mendes, que pode ser, realmente, uma figura emergente. É um jovem que tem muita qualidade. Há um outro que veio para o Sporting, que é o Pote [Pedro Gonçalves]. Do Benfica, infelizmente está barrado, Gonçalo Ramos é um jovem com potencial enormíssimo, mas que vai fazendo o seu percurso a nível de equipa B. Mas está ali um jogador de grande futuro, de presente”, analisou o antigo médio dos ‘encarnados’.
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