Em declarações aos jornalistas na Cidade do Futebol, em Oeiras, José Fontelas Gomes explicou que esta medida, que aparece como uma das grandes novidades para a temporada 2023/24, é “pedagógica” e marca um início de uma “nova era”, embora tudo possa ser revertido caso comece a “criar ruído” e a ser utilizada como “arma de arremesso contra os árbitros”.
“Vemos isto sobretudo como algo pedagógico. Queremos que as pessoas compreendam as decisões e a forma como são tomadas nos jogos. Não queremos causar polémicas. Se não for esse o caminho de todos, então obviamente temos sempre a opção de fechar novamente. Para já, será divulgada de forma mensal, mas, se correr bem, pode passar a ser mais recorrente. É uma possibilidade. Queremos, com isto, sobretudo humanizar os árbitros”, disse Fontelas Gomes.
O dirigente máximo da arbitragem frisou que o setor “não tem nada a esconder”, estando agora a tentar criar uma maior ligação com os adeptos.
“Não queremos contribuir para o nível de ruído. Queremos que o público perceba que somos seres humanos e erramos como todos os outros. As comunicações que serão divulgadas poderão ser de erros, mas tenho a certeza que serão mais de decisões acertadas”, referiu.
Fontelas Gomes considerou que o próximo passo será a divulgação das comunicações em tempo real, algo que a FIFA utilizou no último Mundial feminino, e divulgou que a FPF foi a primeira federação a fazer esse pedido junto do Internacional Board.
“Foi rejeitado. Para já, só a FIFA tem autorização para o fazer, mas achamos que esse será o patamar seguinte e será uma realidade muito em breve. Para já, ficamos neste patamar intermédio. É uma abertura da nossa parte para que haja mais calma no futebol”, disse.
Sobre a tolerância zero para com os elementos dos bancos de suplentes, outra das novidades para a nova época, o presidente do CA explicou que é uma “instrução específica” da UEFA.
“A UEFA identificou comportamentos nos bancos que prejudicam a imagem do futebol e deu instrução a todas as 54 federações nesse sentido”, explicou.
Para 2023/24, para a primeira categoria, estão definidos 23 árbitros principais, 40 assistentes e 11 videoárbitros (VAR), e todos estiveram nos últimos cinco dias na Cidade do Futebol em estágio, que terminou hoje.
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