Hélder Cristóvão não pensa regressar a Portugal tão cedo. A mentalidade do futebol português tem afastado o antigo treinador da equipa B do Benfica, que prefere continuar a trabalhar no estrangeiro. Em entrevista ao jornal 'O Jogo', Hélder Cristóvão comentou a chegada de Bruno Lage ao Benfica. O atual técnico dos 'encarnados' começou na equipa B antes de ser promovido à formação principal.

"O Bruno é um produto da formação do Benfica, mas não é um produto acabado do Benfica porque esteve um longo período fora do clube. Depois, reentrou pela porta da equipa B, com algum conhecimento dos jogadores, embora não tenha lançado nenhum atleta nessa equipa. O trabalho estava feito e ele deu continuidade. O processo foi natural e teve muito mérito no percurso até ao título de campeão. Aproveitou bem os miúdos que estavam na equipa B", comentou o técnico.

Na entrevista ao jornal 'O Jogo', Hélder Cristóvão explicou que " falta estímulo de quem dirige o futebol em Portugal" para o convencer a regressar.

"Falta um projeto, falta organização. E digo isto baseado em duas entrevistas que tive com presidentes de clubes e, contrariamente ao que esperava, fui eu que apresentei o projeto e não eles. Ou seja, isto mostra um pouco o nível dos dirigentes que temos. Não podemos continuar a pensar que um clube pequeno não pode ser bem estruturado, não pode ter uma filosofia nova. Isso tem-me afastado um pouco do futebol português e vai afastar-me cada vez mais", atirou.

O técnico deixou a equipa B do Benfica para ser diretor desportivo do Al-Nassr. Mais tarde, teve de assumir o comando técnico da equipa saudita, até a chegada de Rui Vitória, ex-treinador da equipa principal do Benfica, que viria a sagrar-se campeão. Um título que teve também o 'dedo' de Hélder Cristóvão.

"Tinha uma relação de trabalho normal entre duas pessoas que queriam ver o Al-Nassr campeão e que fizeram tudo para que isso acontecesse. Quando ele chegou, entreguei-lhe uma equipa organizada e o clube estruturado para poder ser campeão. A nossa vitória - fiz doze jogos na liderança da equipa - foi muito importante para o clube. Foi um orgulho para mim ter estado na génese de todo esse trabalho. Aliás, o sucesso estendeu-se aos sub-21, onde era diretor", explicou.

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