O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) acredita que a época que passou foi positiva em termos de diálogo, porque casos de incumprimento salarial continuam a existir e mesmo finda a época tem alguns entre mãos.
“Houve um compromisso com a Liga, devido aos problemas que o país atravessa, de tratar de forma diferente o incumprimento salarial. A situação não é muito diferente da anterior, o que mudou foi a postura do sindicato”, explicou Joaquim Evangelista em entrevista ao Sapo Desporto.
Apesar de saber que a “situação dos clubes está no vermelho”, muita da situação crítica deriva da falta de palavra dos dirigentes quando propõem acordos aos jogadores e não cumprem.
“Os clubes têm necessidade de se inscrever, propõem acordos e depois não cumprem. Não honram os compromissos”, frisou.
Além do problema de ordenados em atraso, Joaquim Evangelista aponta outros problemas como causas da crise que se vive no futebol.
“Há uma desacreditação do futebol português. Não se pode estar sempre a apontar o sucesso da Selecção, do Benfica e do FC Porto, porque isso são excepções à regra, não espelham a realidade do país”, lembrou, um factor que gera a “megalomania” na altura de ir ao mercado de transferências.
Com eleições em breve para a Liga e num momento de crise, o presidente do Sindicato dos Jogadores acredita que é a altura propícia para criar novos hábitos e consolidar um pacto de regime entre as instituições que gerem o futebol, ainda que coloque reservas à atitude dos dirigentes.
“É nestes momentos que Portugal demonstra capacidade de superação. É nas alturas de sucesso que se cometem os maiores erros, as maiores loucuras. No entanto, tenho consciência que muitos dirigentes não vão mudar porque são muitos vícios e é difícil arrepiarem caminho”, finalizou.
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