Portugal continua sem capacidade para travar a fuga de 'craques'. Os clubes portugueses transformaram-se em fornecedores das principais equipas europeias, mas, de há uns para cá, até emblemas de média dimensão dos principais campeonatos, como o inglês, tem-se 'abastecido' em Portugal.

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A necessidade de realizar mais-valias todos os anos para cobrir os gastos faz com que os clubes tenham de vender as suas principais estrelas, muitas vezes ainda em idade precoce. E esta época não foi exceção.

Os jogadores têm deixado Portugal cada vez mais cedo, mas também há casos em que os jogadores só consigam despontar mais tarde.

Rescisões provocam razia no Sporting

As rescisões no Sporting levaram a saída de vários jogadores e, apesar de a direção liderada por Sousa Cintra estar a tentar o regresso da maioria, alguns não irão voltar.

O primeiro a sair foi o capitão Rui Patrício, um dos nove jogadores a rescindir com o Sporting, alegando justa causa, após as agressões sofridas na Academia do clube em Alcochete. O guarda-redes internacional português assinou pelo Wolverhampton, equipa que esta época subiu à Premier League, estando os dois emblemas em negociações sobre o valor que os 'wolves' têm de pagar, de forma a evitar que o caso seja resolvido pelos tribunais. O Sporting pode vir a receber 18 milhões pelo guarda-redes de 30 anos.

William Carvalho, outro formado no Sporting e também capitão da equipa, foi transferido para o Bétis por 16 milhões de euros a pronto, e mais quatro milhões mediante objetivos. A formação de Alvalade fica com direito a receber 25 por cento do valor de uma possível transferência. Mas o Bétis poderá adquirir 20 dos 25 por cento do passe por mais 10 milhões de euros. O clube andaluz fica também obrigado a adquirir 10 dos 25 por cento do passe de William que estão na posse do Sporting por cinco milhões de euros, caso o Bétis se qualifique para a Liga dos Campeões.

Podence também rescindiu e assinou pelos gregos do Olympiacos mas o caso só deverá ser resolvido na FIFA, para onde o Sporting recorreu, alegando que não havia motivos para a justa causa.

Gelson Martins é outro internacional português que deixou o Sporting. O extremo, que foi um dos nove a apresentar a rescisão, assinou pelo Atlético Madrid.

Rafael Leão e Rúben Ribeiro também rescindiram e não vão voltar. O primeiro assinou esta quarta-feira com o Lille, de França.

Bruno Fernandes, Rodrigo Battaglia e Bas Dost foram os únicos dos nove que rescindiram a voltar atrás na decisão. Assinaram novos contratos com o Sporting.

Fábio Coentrão terminou o contrato e voltou ao Real Madrid.

Fuga à direita deixa 'Dragão' coxo

A necessitar urgentemente de realizar mais valias-com jogadores para poder cumprir com as regras do fair-play financeiro da UEFA, o FC Porto viu-se obrigado a vender muito antes do fecho da época passada.

Ricardo Pereira, que tinha apenas mais um ano de contrato, foi transferido para o Leicester de Inglaterra por 20 milhões de euros mesmo antes do Mundial2018, onde o jogador esteve em representação de Portugal. O lugar devia ser ocupado por Diogo Dalot, um dos mais promissores jovens jogadores da Europa, mas o lateral negou renovar com o FC Porto. Acabou por ser transferido para o Manchester United por 22 milhões de euros, dois milhões acima da sua cláusula de rescisão, ele que só tinha mais um ano de contrato com os azuis-e-brancos.

A defesa foi o sector dos 'dragões' com mais mexidas. Além de Dalot e Ricardo Pereira, o clube viu partir Marcano, que assinou pela AS Roma a custo zero, e ainda Diego Reyes, internacional mexicano que terminou contrato, mas ainda não tem clube.

André André regressou ao Vitória de Guimarães, Gonçalo Paciência foi vendido aos alemães do Eintracht Frankfurt.

Benfica mantém 'espinha dorsal'

O Benfica é, ate agora, o clube que menos mexidas fez na equipa base da época passada. Os 'encarnados estão determinados em recuperado o título, perdido para o FC Porto na época passada, mas também em fazer uma melhor campanha nas provas da UEFA, depois de em 2017/2018 não terem feito qualquer ponto em seis jogos (pior prestação de sempre de uma equipa portuguesa na Champions).

Os que saíram eram jogadores de segunda linha. João Carvalho foi transferido para o Nottingham Forest por 15 milhões de euros, Raúl Jiménez foi emprestado ao Wolverhamptone e Diogo Gonçalves emprestado ao Nottingham Forest. André Carrillo voltou, depois de uma época no Watford, voltou, mas já foi emprestado novamente, agora ao Al-Hilal da Arábia Saudita, equipa treinada por Jorge Jesus.

Dos craques que deixaram Portugal esta época, muitos eram internacionais portugueses. Rui Patrício, Gelson Martins, William Carvalho, Ricardo Pereira e Fábio Coentrão são jogadores com história na Seleção A, sendo que os primeiros quatro estiveram no Mundial 2018.