O presidente do Sporting, Frederico Varandas, congratulou hoje o clube pelo recém-anunciado saldo positivo de 25,2 milhões de euros (ME) do Relatório e Contas de 2022/2023, no dia em que o dirigente comemora cinco anos no cargo.
Em entrevista na cimeira Thinking Football Summit, que está a decorrer no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, desde quinta-feira até sábado, o presidente ‘leonino’ sublinhou a importância dos números apresentados no último exercício para que possam ser concretizadas aquisições por maiores valores, como foram Gyökeres e Hjulmand (20 e 18 ME), as duas mais dispendiosas da história do emblema ‘verde e branco’.
“Tivemos um resultado líquido na ordem dos 25 milhões positivos. Voltámos a ter, passados seis anos, capitais próprios positivos. Dentro deste exercício, reforçámos a posição do clube no capital da SAD de 64 para 84 milhões de euros e conseguimos bater todos os recordes de negócio da empresa. […] Tudo isto serve para depois termos mais capacidade na vertente desportiva e depois os adeptos ficarem um pouco menos chateados quando tivermos de vender os jogadores”, justificou.
Varandas discorda que o comportamento no defeso que encerrou em setembro tenha sido uma correção a abordagens anteriores ao mercado ou resposta ao quarto lugar na última edição da I Liga, mas sim uma consequência do maior poderio financeiro dos ‘leões’, que afirma ser muito diferente do cenário com que se deparou quando assumiu a presidência, em 2018.
“No mercado de 2020/2021, quando fomos campeões, fomos buscar Nuno Santos, Pote, Feddal, Adán e tomámos a decisão de fazer regressar o Palhinha. Não houve um único negócio que não tenha dado certo, o que mudou é que, na altura, tínhamos capacidade para investir seis, três milhões de euros e agora, devido ao caminho percorrido, hoje fazemos investimentos de 20, 18, 10 milhões de euros, sempre com a mesma racionalidade, sem nunca pôr em causa o crescimento e a sobrevivência do Sporting”, sublinhou.
Ainda assim, e apesar das vendas avultadas concretizadas nos últimos cinco anos, como foram o caso das saídas Bruno Fernandes, Matheus Nunes ou, mais recentemente, Manuel Ugarte, o Sporting continuará a ser um clube, acima de tudo, vendedor, e Varandas entende que será sempre essa a realidade dos ‘grandes’ portugueses, que “não têm receitas operacionais próximas das conseguidas pelos rivais nas competições europeias”.
“Ninguém gosta de ter de vender um jogador, mas o nosso objetivo é potenciar e, se tivermos de o vender, valorizá-lo. Hoje uma grande mais-valia que nós temos é que o ‘produto Sporting’ é altamente reconhecido na Europa. O Bruno Fernandes saiu e correu bem, o Palhinha, o Nuno Mendes, o Porro, o Ugarte... Sair é inevitável, o que temos de evitar é perder certos jogadores a custo zero. Isso temos de evitar a todo o custo e preocupa-nos muito”, explicou.
O presidente abordou também a utilização da imagem de Cristiano Ronaldo, principal figura saída de Alcochete, para o ‘naming’ da academia e no terceiro equipamento, aquele que, segundo Varandas, é "o mais vendido da história do Sporting”.
"O Ronaldo é indiscutivelmente o melhor jogador português da história e, se calhar, o melhor de todos os tempos. O que eu quero de um miúdo, quando entra naquele portão, é que acredite que um dia pode ser o Cristiano Ronaldo. É justo para o Ronaldo, mas também justo para o Sporting, podermos mostrar que o melhor jogador português de todos os tempos foi formado ali. Não vamos ser burros, nem cegos, seria um erro não aproveitar aquilo que de melhor produzimos até hoje. As camisolas são um exemplo disto, daqui a pouco tempo daremos números daquilo que foi essa jogada comercial, mas posso adiantar que o terceiro equipamento foi o mais vendido na história do Sporting”, sustentou.
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