O treinador António Folha apresentou hoje a demissão do comando técnico do Portimonense, após perder na deslocação ao lanterna-vermelha Desportivo das Aves, por 3-0, em encontro da 17.ª jornada da I Liga de futebol.
"Antes de me fazerem qualquer pergunta sobre o jogo, queria transmitir que a partir deste momento não sou mais treinador do Portimonense. Há momentos em que temos de saber estar no futebol e este é um deles. Dei tudo de mim a este clube, mas este ano as coisas não correram bem por várias razões", referiu o técnico, em conferência de imprensa.
António Folha, de 48 anos, cumpria a segunda temporada ao serviço dos algarvios e somou quatro triunfos em 22 encontros, deixando os ‘alvinegros' em zona de descida, no 17.º e penúltimo posto do campeonato, com 14 pontos, a um de Paços de Ferreira e Belenenses SAD, além das saídas na terceira fase da Taça da Liga e na terceira eliminatória da Taça de Portugal, aos pés da Académica (2-1), da II Liga.
"É um virar de página e o momento para abandonar este projeto, porque já não dava mais para as pessoas e estava a ficar difícil. Independente de quem seja o treinador, o grupo tem de dar uma resposta. Nem a minha família sabe disto, mas, tranquilamente, seguirei o meu caminho, porque gosto de andar assim na vida", observou.
Defendendo que é preciso "mais paciência" por parte dos agentes do futebol português, o técnico confirmou ter recebido propostas de outros clubes em dezembro, mas preferiu manter-se no banco do Portimonense porque "tinha um projeto" e recebeu um voto de confiança do brasileiro Rodiney Sampaio, administrador da SAD.
"Nunca fui rato na minha vida, mas sentimos que tínhamos de fazer algo. Espero bem que o Portimonense faça uma boa segunda volta e consiga os objetivos. Ambiente no balneário? É um segredo e nem a minha mulher sabe o que se passa lá", ironizou.
Com contrato válido até ao final desta época, António Folha chegou a Portimão em julho de 2018, sucedendo ao experiente Vítor Oliveira, para coroar o ano de estreia enquanto treinador na elite do futebol nacional com 39 pontos e um 12.º lugar.
"Montámos uma ideia, jogávamos muito bem e vendemos jogadores. Fizemos um campeonato fantástico, mas tínhamos de dar algum tempo para cimentar as coisas. Quando se perde muita gente, temos de trabalhar em cima dos jogadores que chegam. Alguns não se adaptaram, embora a equipa tenha crescido", lembrou.
Natural de Vila Nova de Gaia, o antigo médio internacional português, que se sagrou campeão mundial de sub-20 em 1989 e notabilizou-se com a camisola do FC Porto, orientou as camadas jovens dos ?dragões' entre 2008 e 2018, incluindo dois anos pela equipa B, arrecadando quatro campeonatos de iniciados, dois títulos de juniores, duas versões da Premier League Internacional Cup e a edição 2016/17 da II Liga.
*artigo atualizado às 20h05
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