O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, disse hoje confiar nas «pessoas idóneas e sérias» da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) quanto à eventual indemnização do clube de Barcelos pela despromoção administrativa de que foi alvo em 2006.
Na sequência da decisão do Supremo tribunal Administrativo (STA), conhecida quarta-feira, que deu razão ao Gil Vicente no chamado "Caso Mateus", António Fiúza afirmou «não estar ainda contabilizado o montante da indemnização» a que o clube terá direito, «mas será superior a um milhão de euros».
«Vamos reunir com o nosso gabinete jurídico para avaliarmos os prejuízos resultantes dessa decisão, que nos impediu de jogar uma final da Taça de Portugal, uma eventual participação em competições europeias, que resultou em menos receita de bilheteira e impediu a participação nos campeonatos de juniores e juvenis em 2006/07», disse o presidente do Gil Vicente.
Em declarações à margem do Conselho de Presidentes da Liga de Clubes, que decorre no Porto, António Fiúza confessou que «tudo foi mau de mais» para se sentir satisfeito com a decisão do STA.
«Só peca [a decisão] por tardia. Agora, ainda vemos esperar alguns meses», disse, a propósito da decisão da Federação para uma eventual indemnização: «Foi uma batota tão grande, que a minha luta, agora, é no sentido de que isto não volte a acontecer com os clubes pequenos e médios».
Segundo António Fiúza, «com esta direção da Liga e da Federação, nada daquilo teria acontecido, pois são pessoas idóneas e sérias».
«Quem nos fez mal já lá não está. Fugiram todos», concluiu.
O caso Mateus foi desencadeado pela recusa da FPF e da LPFP na inscrição no Gil Vicente do angolano Mateus, que tinha jogado como profissional no Felgueiras, mas tinha passado para a condição de amador no Lixa.
O Gil Vicente recorreu para os tribunais civis e desencadeou-se uma série de queixas e decisões nos órgãos de justiça desportiva.
A FIFA chegou a intimar a FPF para impedir o Gil Vicente de recorrer para os tribunais civis.
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