83 anos depois, o Casa Pia está de regresso ao principal escalão do futebol português e o SAPO Desporto esteve à conversa com um dos principais responsáveis pela subida de divisão do clube à Primeira Liga.
Filipe Martins cumpre agora a terceira temporada no comando técnico dos 'Gansos' e a fórmula que tem levado ao sucesso parece ser algo a manter neste patamar.
"Estamos com a mesma confiança que encaramos no ano passado. A única coisa que eu sinto desde que entrei neste projeto foi claramente a responsabilidade de representar um grande clube e o conforto de ter uma administração que permite que trabalhemos de forma tranquila porque sabemos que nada nos vai faltar quer seja na Segunda Liga, quer seja na Primeira Liga. Esse acaba por ser um bocadinho o segredo do sucesso: estarmos todos a trabalhar para o mesmo. Este ano, as nossas exigências vão ser maiores e as nossas armas vão ter de ser mais, mas estou completamente confiante que vamos dar resposta a tudo aquilo que é necessário dentro e fora de campo", referiu.
Uma das capacidades reconhecidas foi a solidez defensiva que tornou os 'Casapianos' na defesa menos batida da Segunda Liga. Para Filipe Martins, é uma ideia a manter, mas num patamar diferente.
"Não vou dizer que vamos tentar ser a defesa menos batida, porque isso é quase impossível, apesar de no futebol não haver impossíveis. Não me considero um treinador defensivo, mas tenho a noção que sempre que temos a nossa baliza a zero, estamos muito mais próximos de ganhar os jogos. Acaba por ser um dos objetivos que temos nos desafios pela frente: sofrer o menos número de golos possível", acrescentou.
A pré-temporada acabou por trazer duas vitórias, dois empates e duas derrotas, mas houve muito mais a destacar para os lados de Pina Manique.
"Acabámos por mexer bastante na estrutura do ano passado. Sentimos essa necessidade até pelo facto dos jogadores que nos propusemos. Temos a certeza e cada vez mais o sentimento de que os jogadores que vieram são mais valias no nosso plantel. Como em todos os clubes,o ideal é ter uma base o maior possível. No nosso caso, os reforços foram chegando a conta-gotas e temos alguns que neste momento ainda não estão muito preparados, mas isso não vai servir de desculpa e temos claramente de estar bem preparados", referiu o técnico de 44 anos, que salientou ainda a aposta na formação:
"Temos de ter muito critério na forma como lançamos os jovens. Queremos continuar a olhar para a nossa formação. No entanto, perceber que estamos num patamar onde não é fácil chegar e estar preparado, mas a pouco e pouco um dos objetivos que temos em mente é cada vez mais nos alimentarmos não só de jogadores estrangeiros e de outros clubes e olhar também da formação", atirou.
Filipe Martins recusa qualquer tipo de comparação com Rúben Amorim, garantindo o foco exclusivo no seu trabalho. Fatores externos como o facto de a equipa ter de jogar num estádio com um histórico de problemas (Estádio do Jamor) não são motivo de preocupação nem muito menos de desculpa.
"Nesta casa nunca nos agarramos a desculpas. Para nós o futebol, mais do que jogar em casa ou fora, é um jogo que jogamos 11 para 11 e onde normalmente as equipas têm a mesma igualdade de circunstâncias de ganhar a partida. Temos é de ter muita ambição, vontade, coragem e confiança naquilo que estamos a fazer no dia-a-dia sabendo que mais tarde ou mais cedo vamos voltar ao sitio onde gostamos de estar que é o nosso estádio para junto dos nossos adeptos, mas também sabemos que eles vão fazer o sacrifício de estar connosco em todos os momentos. Sempre o fizeram e não vão deixar de o fazer por não estarmos a jogar em Pina Manique", concluiu.
O campeonato de todas as decisões já começou e resta aos 'Gansos' lutar para que o vôo seja o da manutenção ou, quem sabe, algo mais na Primeira Liga. Saiba mais na reportagem SAPO Desporto aqui.
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