O presidente da Assembleia da República e sócio do Sporting, Eduardo Ferro Rodrigues, disse hoje que já votou na Assembleia Geral do Sporting e que acredita que o clube "vai ultrapassar a sua maior crise de sempre".
"Já votei e estou convicto de que o Sporting vai ultrapassar a sua maior crise de sempre", afirmou Ferro Rodrigues, numa declaração enviada à agência Lusa.
Os sócios do Sporting reúnem-se hoje na primeira Assembleia Geral de destituição da história do clube, na qual decidirão o afastamento ou a continuidade do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.
Os pedidos de demissão de Bruno de Carvalho intensificaram-se após 15 de maio, dia em que houve uma invasão da Academia do Sporting, em Alcochete, com agressões a jogadores e equipa técnica por cerca de 40 adeptos encapuzados – dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Entretanto, na sequência deste acontecimento, os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafael Leão rescindiram contrato com o Sporting, alegando justa causa.
No dia 16 de maio, após as agressões em Alcochete, Ferro Rodrigues condenou essa "situação gravíssima" de violência no treino de futebol do Sporting e apelou a "medidas sérias" da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Governo.
"Não se trata de um mero caso de polícia. É uma situação gravíssima, que ofende os portugueses, o desporto e o país pelas repercussões internacionais que já teve e que ofendeu fisicamente um conjunto de profissionais, que, ao longo de muitos anos, se bateram pelas cores do clube que representam", declarou aos jornalistas, no parlamento.
Para a segunda figura do Estado, "numa situação como esta, pior será deixar tudo na mesma" e "tem de haver medidas sérias, doa a quem doer, ao nível do Sporting Clube de Portugal, da FPF e do Governo português".
Ferro Rodrigues lembrou que já tinha alertado para a "perversidade autoritária e totalitária de dirigentes, em mistura com uma comunicação social fanática, que gosta de explorar até ao pus tudo que acontece ao sábado e ao domingo nos campos de futebol e também aquilo que são claques – ou membros de claques – organizadas como grupos terroristas e que têm de ser tratadas como tal".
O presidente da Assembleia da República, que citou explicitamente diversas "intervenções extraordinárias, entre aspas", por parte do líder 'leonino', Bruno de Carvalho, defendeu em seguida que "não pode ficar impune quem deu passos decisivos para que a situação gravíssima tivesse acontecido".
"Estou a falar de todos aqueles que contribuem para aquilo que tem sido o ódio, a violência, o fanatismo, a corrupção no futebol português. Não são só de um clube, são de vários", acrescentou o também sócio do Sporting há 68 anos, apelando ainda às autoridades judiciais para que "investiguem e bem os dirigentes desportivos".
Um dia depois, o presidente do Sporting anunciou, numa nota pessoal enviada à Lusa, que iria mover um processo contra o presidente da Assembleia da República, comentadores e jornalistas por o terem "difamado e caluniado" após os atos de violência em Alcochete.
"Não posso aceitar que a segunda figura do Estado tenha sido mais taxativo e belicista, fazendo-me uma crítica violentíssima, não tendo a mínima noção do cargo que ocupa e da sua condição de sócio do Sporting Clube de Portugal. Será por isso um dos primeiros visados nas ações cíveis que vou mover, até pela posição relevante que ocupa na sociedade", referiu Bruno de Carvalho.
A Assembleia-geral do Sporting foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.
De resto, afigura-se como muito provável que esta venha a ser uma das AG mais concorridas da histórica do clube, se não mesmo a mais concorrida, dado o número de sócios que se tem deslocado ao Altice Arena, havendo duas longas filas de espera para aceder ao interior do recinto.
Os sócios do Sporting reúnem-se hoje para a primeira Assembleia Geral (AG) de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.
Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.
Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário, que decorre no Altice Arena, em Lisboa.
Em vésperas da AG, o presidente 'leonino' afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.
A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.
Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.
A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.
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