A administração da SAD do FC Porto revelou hoje que a situação financeira está "estável e tranquila", e reconheceu que o apuramento para a fase de grupo da Liga dos Campeões de futebol, da próxima época, contribuiu para tal.
"Tal como era a nossa convicção, o FC Porto acedeu diretamente à Liga dos Campeões e isso era um objetivo financeiro desta época. Tal dá-nos uma tranquilidade, pois o que vamos receber terá um impacto grande nas nossas contas", revelou Fernando Gomes, administrador do SAD dos ‘dragões'.
O dirigente, que esta tarde apresentou alguns dos atuais dados do quadro financeiro do FC Porto, apontou que além dessas receitas oriundas da Liga dos Campeões, a estabilidade nas contas da SAD será complementada com a duplicação do capital do empréstimo obrigacionista emitido pela sociedade, que passará de 35 para 70 milhões de euros.
"A oferta pública de subscrição de obrigações do FC Porto SAD 2021-2023 está a correr acima do espectável. Tínhamos planeado subscrever 35 milhões de euros, mas, desde ontem [segunda-feira], superamos esse objetivo e já foram subscritos 48,2 milhões euros. Como há um excesso de procura, vamos tentar chegar aos 70 milhões e decidimos cancelar um outro empréstimo obrigacionista que íamos lançar em junho", explicou Fernando Gomes.
O administrador da SAD do FC Porto disse sentir "um entusiasmo por parte dos investidores" neste instrumento financeiro lançado pelo emblema ‘azul e branco', considerando haver uma conjetura favorável no mercado para que o objetivo do 70 milhões seja alcançado até a sexta-feira.
"Amanhã [quarta-feira] vão entrar no mercado 750 milhões de euros em reembolsos de Obrigações de Tesouro Com Rendimento Variável, emitidos pelo Estado, que tinham uma taxa de 2,2 %. Ou seja, o mercado ficará com excesso de liquidez e o FC Porto pretende sensibilizar os pequenos e médios investidores a aplicarem parte desses rendimentos, mas apresentando uma taxa de 4,75%, com juros pagos semestralmente, e com o reembolso a ser feito em novembro de 2023", detalhou Fernando Gomes.
Além dos 70 milhões que a SAD do FC Porto pretende atingir com este empréstimo obrigacionista, Fernando Gomes também tem orçamentado um encaixe de 36 milhões de euros, fruto das vendas de Danilo, para os franceses do Paris Saint-Germain, e de Vitinha, para os ingleses do Wolverhampton.
"Para atingirmos a nossa saída do ‘fair-play’ financeiro [da UEFA], havia dois negócios planeados que se tinham de concretizar. A venda do Danilo ao PSG, que teria de ficar em primeiro ou segundo lugar no campeonato francês, o que parece que vai acontecer, e a transação definitiva do Vitinha ao Wolverhampton, se o clube ficasse na Liga inglesa, o que já aconteceu", partilhou Fernando Gomes.
O dirigente revelou, por fim, que se o empréstimo obrigacionista de 70 milhões de euros em vigor não for absorvido, na totalidade, pelos investidores, "a diferença será reposta pelos meios financeiros habituais do FC Porto", podendo ser ponderado, no futuro, a emissão de uma nova operação.
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