Três golos marcados, nenhum sofrido, três pontos, Marega e Brahimi em alta. A deslocação do FC Porto a Portimão para a 29.ª jornada da I Liga correu como previsto, numa semana em que os 'dragões' saíram de Anfield Road com uma sensação de injustiça, numa eliminatória de Champions com o Liverpool que podia estar mais aberta. Valeu a eficácia do campeão em Portimão, num campo onde o Sporting e o Benfica perderam. FC Porto lidera, à condição, e fica à espera de saber o que faz o Benfica este domingo frente ao Vitória de Setúbal.
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O Jogo: eficácia fez a diferença
Sérgio Conceição sabia ao que ia: o Portimonense tinha vencido o Sporting (4-2) e o Benfica (2-0) no seu estádio e ia tentar completar o 'hat-trick' frente ao campeão. Mesmo tendo perdido vários elementos fundamentais como Nakajima (transferido para o Qatar), Manafá (agora no FC Porto) Ewerton (vendido para o Japão) e tendo o 'maestro' Paulinho castigado, esta equipa de António Folha nunca muda os seus princípios, independentemente do adversário.
Num jogo vivo, com o perigo a rondar as duas balizas, valeu ao FC Porto a eficácia. Eficácia essa que teria dado imenso jeito em Anfield Road, onde Marega não foi feliz à frente da baliza.
Os algarvios acabaram por ser vítimas da sua própria ambição. Numa equipa que não medo de atacar (e que sobe sempre com muitos homens), subir e deixar muito espaço nas costas frente a este FC Porto pode ser a 'morte do artista'. Foi o que se viu no primeiro golo, com Marega a ser lançado em profundidade e a servir Brahimi para o 1-0.
Mas até o maliano 'matar' o jogo, os comandados de Folha tiveram boas oportunidades para empatar. Por duas vezes por Lucas Fernandes esteve perto de marcar logo a seguir ao golo de Brahimi (duas grandes defesas de Casillas) e outra num desvio de Soares ao poste que ia dando autogolo. Mesmo assim, terminaram o jogo com nove remates, menos dois que o FC Porto, e 44 por cento de posse de bola.
Com o FC Porto mais subido no terreno e a controlar melhor as operações, Folha arriscou tudo, num 4-4-2, com Wellington Carvalho ao lado de Jackson na frente. E como a 'manta é curta', sobrou espaço para Alex Telles lançar Marega para fazer o 2-0. E sobrou gente na área aos 93 para Herrera fechar a contagem (5.º golo na Liga, 8.º na época, estando a um de igualar o seu melhor registo em Portugal), após defesa do guardião contrário.
Apesar dos sustos, o FC Porto soube marcar nos momentos exactos. De negativo, apenas a lesão de Corona, que sofreu uma contusão e entorse no tornozelo direito. Vitória que dá moral para o jogo de quarta-feira onde o FC Porto vai tentar virar a derrota de 0-2 trazida da primeira-mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, frente ao Liverpool.
A 'bola' está agora do lado do Benfica que vai tentar vencer, este domingo, o Vitória de Setúbal e igualar os 'dragões' na liderança em pontos (as águias têm vantagem no confronto direto).
Momento-chave: Classe de Marega 'mata' ambição algarvia
Com o Portimonense sempre a pressionar, na busca pelo empate, quando o físico já começava a pesar no FC Porto, Alex Telles descobriu uma diagonal de Marega que deixou os centrais para trás e, mesmo com pouco ângulo, finalizou com classe, com o pé esquerdo, fazendo o 2-0 aos 73 minutos. Sexto golo do maliano ao Portimonense, o seu 8.º nesta primeira Liga, ele que não marcava desde dezembro de 2018.
Os Melhores: Potência e magia de Marega, classe de Jackson Martinez
Marega voltou aos golos e foi a figura do encontro. Arrancou na primeira parte para descobrir Brahimi para o 1-0. Fez o 2-0 num momento importante e deu muito trabalho à defensiva algarvia. Podia ter marcado mais um mas Ricardo Ferreira assim não quis.
Jackson Martinez pode não nunca vir a estar 100 para cento para competir. Apesar dos problemas físicos que tem, fruto de várias lesões traumáticas, a classe do colombiano continua intacta: a forma como ganhou inúmeros duelos a Pepe e Militão, como segurou a bola e esperou pelos colegas, como distribuiu jogo,... impressionante. Ainda teve tempo para a missão defensiva, recuando para pressionar e ganhar algumas bolas.
Destaque também para a boa moldura humana no Estádio do Portimonense. Quase seis mil pessoas, muitas delas adeptos do FC Porto.
Os Piores: Rigor a mais de Fábio Veríssimo
O árbitro Fábio Veríssimo mostrou cinco cartões amarelos, três deles a jogadores que estavam 'tapados' no Portimonense: Aylton Boa Morte, Dener e Lucas Fernandes vão falhar o jogo com o Vitória de Setúbal. O amarelo ao extremo não se justificava, num contacto normal em disputa de bola com Danilo, sem qualquer maldade.
Reações: Conceição só pensa na Liga, Folha acredita na permanência
Sérgio Conceição: “A nossa Champions League é ser campeão na Liga”
Pepe: “Estamos com um espírito vencedor incrível”
Folha tranquilo: “Seis ou sete equipas queriam trocar de posição com o Portimonense”
Aylton: “Tivemos o azar de sofrer o primeiro golo nos primeiros 20 minutos”
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