A receção do FC Porto ao Tondela acabou em goleada, mas esteve longe de ser um passeio para a equipa de Sérgio Conceição. Na ressaca da derrota em casa com o Lyon e a poucos dias do decisivo encontro em França, os dragões apresentaram-se longe da intensidade do costume, algo ansiosos e desconcentrados, e só marcaram de penálti em cima do intervalo.
A meio da segunda parte, tudo mudou. Uma expulsão nos beirões e e as mudanças introduzidas por Sérgio Conceição abriram caminho à goleada portista, com três golos de rajada, todos eles da autoria de homens saídos do banco: Galeno (73’), Fábio Vieira (76’) e Francisco Conceição (79’) a piscarem o olho à missão europeia.
Mesmo sem deslumbrar, o FC Porto aumenta para 54 o número de jogos sem perder no campeonato e tem agora nove pontos de vantagem sobre o Sporting, que joga esta segunda-feira em Moreira de Cónegos.
Veja o resumo
Desconcentração e ansiedade
Com apenas duas mudanças na defesa - Fábio Cardoso no lugar de Pepe e Wendell no corredor de Zaidu -, o FC Porto entrou desconcentrado, desde logo com Diogo Costa a acertar uma bola em Fábio Cardoso, proporcionando os dois primeiros cantos da partida para o Tondela, ainda dispôs de uma boa ocasião por Wendell (6'), mas depois o desgaste tomou conta da equipa: passes falhados, perdas de bola e pouca definição no ataque.
Por outro lado, o Tondela, com um meio-campo muito equilibrado pelo seu 3-5-2, conseguia travar alguns ímpetos do adversário e tentava desenhar contra-ataques aproveitando a mobilidade dos seus atacantes. Por esta altura, sem surpresas, Sérgio Conceição já tinha enviado jogadores para aquecer.
O FC Porto haveria de desfazer o impasse já perto do intervalo, numa grande penalidade descortinada pelo VAR. Gustavo Correia foi analisar as imagens e confirmou o pontapé de Sagnan na bota de Taremi quando tentava aliviar a bola da sua grande área. Foi o próprio avançado iraniano a converter o penálti, num pontapé muito colocado a bater Trigueira, que ainda adivinhou o lado.
O segredo estava no banco
O golo de Taremi aliviou os portistas, mas as dificuldades mantiveram-se até à hora de jogo. Dadashov ainda esboçou uma reação aos 61 minutos, aproveitando um erro de Evanilson, mas acabou a rematar por cima. Sérgio Conceição resolveu mexer na equipa e lançou Fábio Vieira e Francisco Conceição, com ambos a construírem um lance que culminou numa bola enviada ao poste pelo jovem extremo (62').
A expulsão de Manu Hernando acabou por complicar ainda mais a vida do Tondela, e a frescura dos recém-entrados do FC Porto tratou do resto. Galeno saltou do banco e só precisou de três minutos para marcar (já tinha ameaçado antes), beneficiando de um excelente passe de Otávio - foi o primeiro golo do ex-SC Braga após o regresso ao Dragão, em janeiro (72').
Quase a seguir, Galeno lançou Taremi num contra-ataque rapidíssimo, com Trigueira a sair da baliza, mas a deixar a bola no pé de Fábio Vieira, que só teve de empurrar (76'). E ainda iniciou o lance que permitiu a Francisco Conceição, aos 79’, fechar a goleada com um remate de primeira. Tudo isto em apenas seis minutos.
O momento
Entradas de Fábio Vieira e Francisco Conceição: Os dois jogadores foram lançados em campo com o propósito de agitar um jogo enrodilhado, o que se verificou. Francisco Conceição deixou o primeiro aviso com um remate ao poste, numa jogada que contou também com o contributo de Fábio Vieira. A rapidez e frescura dos jovens viria a despertar o FC Porto para uma goleada que as dificuldades não faziam prever.
O melhor
Galeno: Entrou a 20 minutos do fim e a verdade é que não precisou de muito tempo para deixar o seu cunho no jogo. Aos 73’, já depois de uma primeira ameaça, deixou a ala e veio receber o passe interior de Otávio, fazendo o 2-0. Esteve ainda nos dois golos que se seguiram.
O pior
Manu Hernando: A expulsão do defesa espanhol, numa altura em que o Tondela ainda disputava o resultado, acabou por provocar a derrocada da equipa. Sabendo que já tinha um cartão amarelo, pedia-se outra abordagem ao lance com Wendell.
Reações
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