"Tem a inteligência dos velhos sábios", disse Vítor Bruno, treinador adjunto do FC Porto, quando questionado sobre a exibição de Fábio Vieira frente ao Santa Clara. Depois de ter sido decisivo no Bessa, o médio voltou a conduzir o FC Porto à vitória, sem contestação, com dois golos de rajada (o primeiro 'bis' pela equipa principal) e uma demonstração de grande confiança e maturidade – que melhor altura para o fazer do que no reencontro com o seu antigo treinador nos sub-19?
Zaidu ainda ajudou a dar outra expressão ao resultado, que permitiu igualar o recorde de 56 jogos consecutivos sem perder no campeonato, que os 'dragões' partilham agora com o Benfica de John Mortimore. E repor a vantagem de seis pontos para o Sporting, que tinha batido o Paços de Ferreira em Alvalade, deixando ainda os encarnados a 15 de distância.
Veja o resumo
Mário Silva colheu o que ajudou a semear
Sérgio Conceição (ausente devido a castigo) apostou no mesmo onze que venceu o Boavista no Bessa, com Taremi, na altura infetado com COVID-19, a começar no banco. No lado dos açorianos, uma lesão no pé tirou Morita das escolhas de Mário Silva, que regressou ao Dragão três anos depois da conquista da UEFA Youth League.
Privado também de Anderson Carvalho, castigado, e Cryzan, que está de saída para o futebol chinês, o Santa Clara viu bloqueadas as suas saídas organizadas e a pressão portista, com Otávio a inventar espaços e Pepê a desperdiçar algumas ocasiões, foi crescendo aos poucos, até que uma desatenção dos açorianos fez o resto.
Numa jogada 'made in' Olival, tudo indicava que Vitinha ia atirar à baliza, mas o camisola 20 tocou para o centro à procura do remate de Fábio Vieira (38’), que atirou forte e colocado para o 1-0. Apenas três minutos depois, Mansur tentou atrasar para Marco Pereira, mas o passe ficou curto e Pepê antecipou-se, fintando o guarda-redes para acertar no poste. Na recarga, Fábio Vieira atirou para a baliza deserta, deixando o FC Porto a respirar de alívio ao intervalo.
A etapa complementar começou por ser mais de gestão portista do que reação açoriana. Logo a abrir, Vitinha atirou à barra, um remate que ainda ressaltou num adversário, e Pepe viu um golo anulado por fora de jogo. Ainda assim, já depois da saída de Uribe por lesão, os 'dragões' concederam algum espaço para uma reação do Santa Clara, que conseguia aproximações à baliza contrária, com destaque para um remate de primeira de Ricardinho, obrigando Diogo Costa à defesa da noite.
Perante as dificuldades dos açorianos em relançar o jogo, o FC Porto fez o 3-0 a seis minutos dos 90, numa recarga de Zaidu, ex-jogador dos insulares, a um remate inicial de Galeno defendido por Marco Pereira, que acabou por resolver em definitivo a questão.
O momento
Jogada de laboratório e jogo desbloqueado: O golo do FC Porto tardava a surgir, também por falta de alguma agressividade, até que um lance estudado permitiu resolver o impasse. Vitinha, na cobrança de um livre, ludibriou a defesa do Santa Clara e assistiu Fábio Vieira, que com um forte remate assinou o 1-0.
O melhor
O pior
Erro de Mansur e ataque macio: Um atraso do defesa brasileiro precipitou a derrota do Santa Clara numa altura em que a equipa ainda tentava digerir o primeiro golo. Por outro lado, há que destacar (pela negativa) a falta de ligação entre as unidades mais ofensivas do Santa Clara, que deram pouco que fazer a Diogo Costa.
Reações
Mário Silva e Lincoln de acordo: os dois golos de rajada do FC Porto mudaram tudo
Comentários