O FC Porto já sabe que vai passar o Natal e o 'Réveillon' na liderança do campeonato. O triunfo por 2-1 frente ao Rio Ave permitiu ainda à equipa de Sérgio Conceição igualar o seu melhor registo de sempre, com 15 vitórias consecutivas em todas as competições, algo que os 'dragões' só tinham conseguido em 1984/85, então comandados por Artur Jorge. E com 15 triunfos seguidos era de esperar algum desgaste neste domingo, o que se verificou: os 'azuis e brancos' viram-se em desvantagem pela quarta vez nos últimos cinco jogos, mas deram a volta ao resultado e resistiram a um adversário que parecia tudo menos órfão de treinador.

Mas recuemos um pouco. Danilo Pereira recuperou da lesão sofrida contra o Moreirense e manteve-se no onze portista, com Sérgio Conceição a fazer apenas uma alteração em relação à última jornada da Liga, com a entrada de Maxi Pereira e a consequente saída de Óliver. No Rio Ave, a novidade estava no banco de suplentes, com Augusto Gama a dirigir interinamente a equipa depois de José Gomes ter saído no sábado para o Reading, da segunda divisão inglesa.

À semelhança do que aconteceu noutros jogos, o FC Porto voltou a sofrer primeiro - até Brahimi apontou para esta estatística no final da partida. Aos 12', depois de uma recuperação de bola de Tarantini, Gelson Dala assistiu Carlos Vinícius, que ainda contornou Iker Casillas antes de enviar a bola para o fundo da baliza, gelando o Dragão.

Só que da mesma forma em que se vê a perder, o FC Porto de Sérgio Conceição também sabe como correr atrás do prejuízo. Neste caso, precisou apenas de quatro minutos para igualar o duelo, numa jogada que começou e acabou em Brahimi. O argelino (16’) abriu para Corona na direita, o mexicano cruzou para a área onde estava Soares, a ganhar de cabeça e a servir o camisola 8, que só teve de encostar.

O golo de Brahimi e a saída prematura de Gelson Dala – lesionou-se num lance com Alex Telles, tendo sido rendido por Jambor – fizeram descer o rendimento do Rio Ave. A equipa de Vila do Conde deu espaço em demasia aos dragões e não foi com grande espanto que Marega virou o resultado para os ‘azuis e brancos’ ainda antes da meia hora de jogo. O avançado maliano (25’) recebeu a bola de Maxi Pereira e aguentou a pressão de Nélson Monte antes de desviar a bola de Léo Jardim. Foi o quinto jogo consecutivo de Marega a marcar pelos 'dragões'.

O Rio Ave acabou por recuperar no último quarto de hora da primeira parte, com mais posse de bola e a aproveitar e algumas dificuldades na transição defensiva dos homens do FC Porto, mas foi Corona quem atirou ao poste em cima do intervalo, aproveitando uma defesa incompleta de Léo Jardim.

A equipa portista voltou do descanso mais ameaçadora e conseguiu controlar razoavelmente o jogo, principalmente depois da entrada de Óliver Torres para o meio-campo. Mesmo depois da entrada de Hernâni, aos 81', a render Soares, a melhor oportunidade pertenceu ao Rio Ave, com Alex Telles a evitar 'in extremis' que a bola chegasse a Carlos Vinícius, que estava em excelente posição para fazer o empate. Fábio Coentrão, bastante assobiado pelos adeptos portistas cada vez que tocava na bola, também deixou a defesa portista em sobressalto, acabando por ver o segundo amarelo já no fim, após uma reação a quente com Maxi Pereira.

O Rio Ave lutou até ao fim por outro resultado e foi realmente uma equipa exigente para o FC Porto, tal como havia vaticinado Sérgio Conceição, mas os três pontos, esses, ficaram no Dragão. Assim como a liderança do campeonato.

A figura

Carlos Vinícius: Não só gelou o Dragão, com um golo logo aos 12 minutos (o seu 13.º esta temporada), como deu bastante que fazer aos defesas do FC Porto. Obrigou Casillas a aplicar-se no início da segunda parte, apesar de estar em fora de jogo, e esteve muito perto do empate aos 60', não fosse o corte no limite de Alex Telles.

Reações

Sérgio Conceição: "Hoje o Rio Ave surpreendeu-nos um bocadinho, foi talvez o jogo em que fez mais faltas"

Brahimi: "Foi um jogo complicado"

Augusto Gama: "FC Porto acabou o jogo a sofrer"

Tarantini: "A quem pensava que vínhamos aqui cabisbaixos, provámos o contrário"