Mais de três anos depois, o Benfica volta a vencer um clássico contra o FC Porto, resultado que permite à equipa de Roger Schmidt manter o registo invicto nesta temporada (15 vitórias e quatro empates) e aumentar para seis os pontos de vantagem para o rival.
O encontro no Dragão teve fases distintas, com a formação da casa a pressionar a saída de bola encarnada e a ganhar vários duelos no seu meio-campo ofensivo. Sérgio Conceição apostou na vertigem de Galeno no corredor esquerdo - em dez minutos já tinha arrancado dois amarelos - e aos 15' uma defesa monumental de Vlachodimos tirou o 1-0 a Taremi.
O Benfica, com Neres no banco e Aursnes a jogar de início, resistia à entrada forte do FC Porto e começava a ganhar confiança para atacar quando, em apenas três minutos, Eustáquio viu dois amarelos por duas entradas fora de tempo e acabou expulso. Os encarnados partiram para o ataque e testaram os ferros da baliza de Diogo Costa duas vezes na mesma jogada: Fredrik Aursnes rematou ao poste e na recarga Rafa acertou na barra.
Mesmo a jogar em inferioridade, o FC Porto não deixou de incomodar o Benfica, e Roger Schmidt teve de atender às emoções do jogo, retirando ao intervalo três dos quatro amarelados. E aqui há que destacar a entrada de David Neres, que trouxe a velocidade e a audácia que a equipa precisava no um para um.
E numa fase em que o FC Porto parecia recuperar alguma superioridade (Gilberto, de forma caricata, quase marcava na própria baliza), Rafa decidiu o clássico numa transição rápida, bem ao seu jeito, a penalizar a descompensação dos azuis e brancos: o português combinou com Neres, recebeu em esforço na área, ajeitou e atirou para o fundo da baliza. Depois de sete derrotas e dois empates nos últimos nove clássicos, o Benfica voltava a festejar na casa do rival.
O momento
Golo de Rafa aos 72 minutos: Sim, a expulsão de Eustáquio estendeu a passadeira para o Benfica partir para a vitória no clássico, mas foi o golo do extremo que o decidiu. O FC Porto disfarçou em certos períodos a inferioridade numérica e foi precisamente quando começou a acreditar que Rafa, num lance de contra-ataque, castigou a audácia do adversário e fez o único golo do encontro.
Veja o golo
Os melhores
Rafa: Para além de ter marcado o golo decisivo, o extremo do Benfica esteve sempre muito ativo no jogo, tendo ainda cabeceado uma bola à barra. Nem sempre apostou na velocidade, uma das suas imagens de marca, mas quando o fez, causou estragos. Em março de 2019, naquela que fora a última vitória do Benfica no Dragão, também foi ele a resolver, completando a reviravolta da equipa então comandada por Bruno Lage.
Otávio: Foi um dos motivos para a falsa sensação de que o FC Porto estaria a jogar com 11 em campo, com uma qualidade técnica e uma garra fora do comum, fazendo a equipa acreditar noutro resultado até ao fim. Ainda assim, lamentável o empurrão a Gonçalo Ramos no momento em que o Benfica festejava a confirmação do golo.
Os piores
Eustáquio: Duas entradas fora de tempo, sobre o mesmo jogador, levaram à expulsão do médio por acumulação de amarelos, condicionando a estratégia que os campeões nacionais tinham para o jogo. Foi o portista expulso de forma mais rápida num clássico em casa.
As reações
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