O Famalicão anunciou no sábado a contratação do jovem médio Otso Liimatta, jogador que militava no AC Oulu, do campeonato finlandês.
Otso assinou um contrato com a duração de quatro temporadas, ele que se estreou no principal campeonato do futebol finlandês com apenas 16 anos. Aos 19 anos, soma quase 50 golos.
Internacional desde os sub-15, o criativo está atualmente entre os eleitos da seleção sub-21 da Finlândia.
O SAPO Desporto quis saber mais sobre este novo reforço dos famalicences e nada melhor do que Ricardo Duarte, seu treinador no AC Oulu, para nos falar sobre este médio criativo.
O técnico português prepara-se para iniciar a sua terceira temporada no emblema do Norte da Finlândia, onde chegou em 2021 para fazer apenas quatro jogos e evitar a despromoção da equipa.
SAPO Desporto: Que jogador é Otso Liimatta?
Ricardo Duarte: "É um médio ofensivo, a sua zona de conforto é a meia esquerda onde acrescenta e cria magia mais facilmente. É extremamente inteligente, conhecedor do jogo, consegue ler e interpretar as coisas durante o jogo com uma facilidade muito grande. Tecnicamente tem tudo e tem velocidade que lhe vai permitir adaptar-se rapidamente à Liga Portuguesa."
SD: O que ainda tem de trabalhar para crescer?
RD: "Há uma história muito gira: quando eu chequei aqui, ao final da primeira semana de trabalho, o diretor desportivo perguntou-me: 'O que vamos fazer com o Otso [Liimatta]? Vai no fim de semana continuar a jogar com a equipa B como tem acontecido?'. E respondi-lhe: 'Porque havemos de mandar o nosso melhor jogador para a equipa B?'. Porque ao fim de dois, três treinos, percebia-se claramente que, apesar de ser um miúdo franzino, tinha tudo: talento, conceitos de jogo, recursos técnicos, aprendia muito rápido. Percebeu-se logo isso em dois, três treinos que estava ali um projeto [de jogador], muito pequeno, tinha 17 anos mas começou a jogar todos os jogos comigo."
SD: Como era Otso Liimatta quando chegou e o que conseguiu ajuda-lo a evoluir?
RD: "Foi um trabalho de crescimento mas muito mais nas oportunidades que lhe foram dadas para treinar, para jogar, do que para trabalho extra, que não foi necessário porque tinha o talento todo e a determinação e capacidade de trabalho. Fez um trabalho de desenvolvimento físico complementar, cresceu muito nesse nível na época passada, tornou-se num jogador muito mais rápido ainda fruto desse trabalho de força complementar. Foi dar-lhe oportunidades como foram dadas aos outros jogadores"
SD: Falta às equipas portuguesas estarem mais atentos a estes mercados ditos periféricos?
RD: "As equipas portuguesas, à imagem de outras equipas de outras ligas europeias, podem beneficiar claramente em estarem atentos ao mercado escandinavo. Há muitos exemplos da Dinamarca e da Noruega mas, também aqui na Finlândia, existem aqui e acolá jogadores interessantes, o Otso [Liimatta] não é caso único. Nesta edição da Liga há pelo menos mais dois jogadores extremamente interessantes, extremante jovens e com potencial muito elevado."
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