Segundo fonte próxima ao processo, a polícia portuguesa recebeu uma carta rogatória das autoridades belgas em que pedia que fosse recolhida documentação no FC Porto sobre as transferências de Vítor Baía, Rui Barros e Sérgio Conceição.
A investigação dura há vários anos, dirigida pelo Tribunal de Liège, da Bélgica, e pretende averiguar se o então empresário italo-belga Luciano D'Onofrio fugiu ao pagamento dos impostos relativos às comissões recebidas por estas transferências.
Contactado pela agência Lusa, Luciano D'Onofrio disse desconhecer o assunto e recomendou que a questão fosse colocada à polícia: "Não sei de nada. Está a informar-me de uma coisa que não sei. Não sei de nada, tem de perguntar à polícia".
Questionado se era arguido em algum processo de fraude fiscal, recusou responder.
Fonte oficial da Polícia Judiciária (PJ) esclareceu que o FC Porto "nada tem a ver com o caso" e que a polícia portuguesa se limitou a cumprir a carta rogatória recebida das autoridades belgas.
Impedir a fuga ao fisco nas comissões pagas pelos clubes na sequência das transferências de futebolistas foi uma das razões que levaram a FIFA durante a década de 90 do século passado a regular e fiscalizar o acesso à intermediação.
Actualmente só podem intermediar transferências de jogadores ou treinadores agentes credenciados pela entidade máxima do futebol mundial e para se ter acesso à profissão é necessário, entre outros requisitos, uma caução de 250 mil euros.
Luciano D'Onofrio foi um dos empresários mais importantes do futebol europeu no final do século XX, período em que intermediou a maioria das transferências do FC Porto, tendo também efectuado negócios com o Sporting e com o Benfica.
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