O Estrela da Amadora, da I Liga de futebol, comunicou o incumprimento do contrato de compra e venda de ações por parte da entidade MYFC, tendo colocado uma ação judicial relativa a este litígio.

Em comunicado dos advogados da SAD ‘tricolor’, é explicado que, em setembro de 2022, “foi celebrado entre os acionistas do Estrela da Amadora e uma entidade designada MYFC Group LTD um contrato de compra e venda, na altura de 45% das ações, por cerca de 2,5 milhões de euros (ME), tendo sido mais tarde renegociado para se poder contemplar até 90% das ações do clube, por um montante de 5 ME.

“Apesar das sucessivas renegociações e prorrogações do prazo, a compradora, a sociedade MYFC Group LTD, nunca efetuou o pagamento das ações do clube, nos termos acordados”, expuseram os advogados, em comunicado.

O clube respondeu assim à notícia veiculada pelo Jornal de Notícias, que indicou uma reclamação da MYFC ao clube amadorense de mais de 22 ME, tendo injetado verbas e acusado o presidente, Paulo Lopo, de usar o dinheiro e rasgar o contrato.

“Corre termos ação judicial relativa ao litígio entre a MYFC e o Estrela da Amadora, no âmbito da qual foi deduzido pedido reconvencional pelo Estrela da Amadora e os seus atuais acionistas contra a MYFC” de cerca de 9,7 ME, acrescentaram, “pelos danos decorrentes do incumprimento do contrato de compra e venda das ações”.

A sociedade de advogados que representa Paulo Lopo e a SAD adiantou também que, em maio de 2023, a MYFC Group LTD “tentou passar a sua posição contratual para a empresa MYFC Ventures”, ambas “constituídas ao abrigo da lei do Reino Unido, integralmente detidas por dois portugueses, Hugo Domingues e Ivan Braz”.

“Como os acionistas do Estrela da Amadora viriam mais tarde a descobrir, a MYFC Group LTD já se encontrava legalmente extinta aquando da tentativa de cessação da posição contratual, tendo a mesma sido dissolvida por via administrativa pelos serviços do registo comercial do Reino Unido, em fevereiro de 2023”, salientaram.

Para além disso, alegam que a MYFC Ventures LTD foi alvo de um “procedimento de encerramento compulsório”, que foi suspenso na passada terça-feira, negando ainda que sejam fundos de investimento, ao contrário do que é referido na notícia.

“Estas entidades não estão legalmente habilitadas a constituir ou gerir fundos de investimento pelas autoridades reguladoras competentes”, apontam, acusando a entidade de se apresentar “como fundo de investimento sem autorização legal”.

Assim, entendem que a angariação de fundos por parte da MYFC “constitui uma violação grosseira das normas legais e regulatórias do setor financeiro, podendo também constituir a prática de ilícitos de natureza criminal”, admitindo também que o clube desconhece a identidade ou o número de investidores das entidades, em alusão à notícia, que envolve os nomes de Diogo Jota e do francês Patrice Evra.

“O Estrela da Amadora não tem conhecimento da identidade ou do número de investidores eventualmente angariados pela MYFC Ventures, sendo totalmente alheio a quaisquer investimentos alegadamente realizados por Diogo Jota ou por Patrice Evra na referida sociedade. Os investidores da MYFC Ventures não detêm e nunca detiveram, qualquer participação no capital social do clube”, sentenciam.

O Estrela da Amadora terminou a edição 2024/25 da I Liga portuguesa de futebol na 15.ª posição, com 29 pontos, garantindo a manutenção na derradeira jornada.