A direção do Estoril-Praia pediu desculpas à filha do adepto do FC Porto que foi expulso de uma bancadas da Amoreira, na 1.ª parte do duelo entre Canarinhos e Dragões em Lisboa. Em comunicado, o emblema da Linha diz que condena "todo e qualquer ato de violência", explicando que o clube tem "mais de 80 anos de serviço ao desporto e à formação".
No mesmo comunicado, o Estoril pede auto controlo aos adeptos.
"Condenamos, ainda, todos os atos praticados por supostos adeptos de futebol que encaram os espetáculos desportivos como espaços privilegiados para destilar ódio e praticar comportamentos que todos consideramos inaceitáveis em sociedade", pode ler-se.
O clube da Linha diz que está disponível "para continuar a colaborar com as entidades competentes na procura das soluções adequadas que possam impedir este género de episódio de voltar a ocorrer num recinto desportivo".
Eis o comunicado do Estoril
"O Estoril Praia condena todo e qualquer ato de violência, seja ele de que natureza for. Temos mais de 80 anos de serviço ao desporto e à formação, com respeito integral pelo fair-play. Este é o nosso ADN e não desistimos da nossa missão.
Lamentamos profundamente a situação vivida pela filha do adepto do FC Porto no Estádio António Coimbra da Mota, pedindo-lhe desculpas e desejando que nunca deixe de apreciar a verdadeira essência do Desporto.
Condenamos as atitudes de quem não consegue controlar as suas emoções e permite que atitudes provocatórias de supostos adeptos de futebol se transformem num momento lamentável de agressividade que não tem lugar num estádio de futebol.
Condenamos, ainda, todos os atos praticados por supostos adeptos de futebol que encaram os espetáculos desportivos como espaços privilegiados para destilar ódio e praticar comportamentos que todos consideramos inaceitáveis em sociedade.
Continuaremos a apelar a todos os adeptos dos clubes que nos visitam que se juntem a nós na partilha do respeito pelo fair-play, como, de resto, tem acontecido com a larguíssima maioria dos adeptos adversários que têm tido oportunidade de vir ao Estádio António Coimbra da Mota.
Disponibilizamo-nos, ainda, para continuar a colaborar com as entidades competentes na procura das soluções adequadas que possam impedir este género de episódio de voltar a ocorrer num recinto desportivo".
Este domingo, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto e o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional repudiaram o incidente ocorrido com dois adeptos durante o jogo Estoril Praia-FC Porto (1-1), da I Liga, no sábado.
“Esta criança e o pai foram vítimas de intolerância inaceitável por parte de um grupo de adeptos da equipa adversária. Este tipo de incidentes não pode ter lugar nos nossos estádios. Como também não podemos aceitar as tentativas de normalização da intolerância no desporto”, reagiu João Paulo Correia, através da rede social Twitter.
De resto, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto assegurou medidas contra os infratores: “A Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto agirá contra o comportamento dos adeptos em causa. Continuaremos a lutar implacavelmente”.
No sábado, foi divulgado um vídeo nas redes sociais e em vários meios de comunicação social no qual se vê um homem, com uma criança pequena ao colo, ambos com camisolas do FC Porto vestidas, a serem insultados e, alegadamente, cuspidos por adeptos do Estoril, situação que obrigou o referido adepto portista a afastar-se do lugar em que se encontrava sentado na bancada.
Face a esta situação, também o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, pediu uma “reflexão conjunta”, frisando que “ninguém” pode ficar ausente desta discussão.
“O choro de uma criança, apavorada, agarrada aos braços do seu pai, num estádio de futebol, deveria ser suficiente para nos fazer… PARAR!!!”, escreveu Pedro Proença, na rede social Facebook.
O líder da LPFP fez questão de “repudiar, de forma firme e convicta, todos os atos que configurem atentados a todos quantos constroem o espetáculo que deve ser o futebol”, num “momento de retoma” da competições e em que se pretende “fazer regressar as famílias aos palcos desportivos”.
“Teremos de ser intransigentes na defesa destes valores, certos, contudo, de que a mudança começa em cada um de nós, na reflexão sobre o que é o desporto e a cidadania. Essa reflexão constituirá uma parte substancial deste caminho. Não desistiremos de defender o que está certo e de reclamar meios e condições para o efetivar”, salientou Proença.
Esta é a segunda vez no espaço de uma semana que tanto o secretário de Estado da Juventude e do Desporto como o presidente da LPFP lamentam incidentes ocorridos com adeptos em estádios da I Liga.
Há precisamente uma semana, uma criança foi obrigada a despir uma camisola do Benfica no estádio do Famalicão, por se encontrar, juntamente com o pai, numa bancada com maioria de adeptos locais.
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