O FC Porto teve de suar - e muito - no Estádio António Coimbra da Mota, mas acabou por vencer o Estoril por 3-2 e isolar-se assim na liderança da I Liga, aproveitando da melhor forma o deslize do Sporting na véspera, nos Açores.
A perder por 2-0 ao intervalo, após um final do primeiro tempo alucinante por parte do Estoril, os dragões marcaram, depois, por três vezes nos segundos 45 minutos, por Taremi, Luis Díaz e, à beira do fim, por Francisco Conceição, que havia saltado do banco pouco antes, para assim garantirem a conquista dos três pontos no António Coimbra da Mota, num grande espetáculo de futebol.
Primeiros minutos de domínio azul e branco, mas sem perigo
Depois de muitas incertezas e alguma polémica ao longo da semana, devido ao surto de COVID-19 que atingiu o plantel, o Estoril acabou por ir a jogo com vários dos habituais titulares no 'onze' inicial, ainda que com algumas mudanças em relação ao último jogo, ante o Moreirense.
Porém, e como era de esperar, foi o FC Porto, igualmente a contas com algumas ausências, a assumir as despesas do jogo desde os minutos iniciais, sobretudo pela esquerda, onde começou por atuar o homem do momento, Luis Díaz, embora sem nota de qualquer lance de perigo no primeiro quarto de hora. Uma (rara) exceção surgiu quando Taremi atirou para as mãos de Thiago Silva, depois de este ter colocado a bola nos pés de Díaz.
O Estoril, por seu lado, ia procurando explorar os contra-ataques rápidos e a velocidade e a técnica de Chiquinho pela direita, mas também sem conseguir assustar o adversário.
Luis Díaz (sempre ele) dá os primeiros avisos, mas quem marca (a dobrar) é o Estoril
Após o quarto de hora inicia, o encontro ganhou mais velocidade e Luis Díaz, com um remate de fora da área que desviou num adversário e quase traiu Thiago Silva. Era o primeiro real aviso por parte dos visitantes.
O aviso seguinte, contudo, tardou mais dez minutos. E, claro, surgiu outra vez dos pés do extremo colombiano. Um primeiro remate embateu em Vital e na recarga valeu uma excelente defesa de Thiago Silva, a tirar para canto.
Mas o Estoril também começava a conseguir sair para o contra-ataque com mais com mais critério e aos 31 minutos chegou mesmo a colocar a bola no fundo das redes, por Chiquinho. Só que, no momento do passe de Bruno Lourenço, o jovem atacante dos canarinhos estava 14 centímetros adiantado e o golo foi invalidado.
Não contou aí, contou alguns minutos mais tarde. Numa iniciativa pela esquerda, Arthur recebeu a bola, fletiu para o centro e encheu o pé. A bola desviou nas costas de , sobrevoou Diogo Costa e só parou dentro da baliza do FC Porto.
O perturbou os dragões e motivou ainda mais os da casa, que pouco depois voltariam a marcar. Chiquinho ganhou a Wendell em velocidade, o jogador portista tentou o corte mas acabou por derrubar em falta o adversário. António Nobre não hesitou e apontou para a marca da grande penalidade, convertida com grande classe por Franco. Com uma ponta final de primeira parte alucinante, o Estoril saía para o intervalo a vencer por 2-0.
FC Porto entra com tudo no segundo tempo e reduz
Sérgio Conceição não mexeu na equipa, mas terá feito ouvir a sua voz ao intervalo e os jogadores do FC Porto entraram com tudo para o segundo tempo, impondo grande velocidade logo nos minutos iniciais da etapa complementar.
Foi, pois, com naturalidade que os azuis e brancos reduziram, bem cedo na segunda parte, a desvantagem. Aos 49 minutos, Luis Díaz tentou um primeiro remate e depois cruzou para a área do Estoril, Thiago Silva ainda defendeu um primeiro cabeceamento de Evanilson mas, na recarga não consegue evitar o golo de Mehdi Taremi.
E o empate esteve à vista pouco depois! Desta feita, contudo, Thiago Silva conseguiu defender com as pernas o remate à meia-volta de Mehdi Taremi depois de um cruzamento de, claro, Luis Díaz.
Bola cá, bola lá...
O FC Porto continuou a apertar e o 2-2 voltou a estar à vista aos minutos, num livre de Vitinha. O jovem médio do FC Porto bateu na perfeição, mas Thiago Silva voou e conseguiu defender a bola contra a trave da sua baliza.
Em busca do empate, o FC Porto ia deixando mais espaços e o Estoril não deixava de tentar sair em contra-ataque, tornando o jogo extremamente interessante para quem o seguia, com a bola a rondar frequentemente as duas áreas. Num desses contra-ataques, o Estoril conquistou um pontapé de canto e Rui Fonte, acabado de entrar, colocou mesmo a bola no fundo das redes da baliza de Diogo Costa, mas o golo foi anulado por falta de Gamboa sobre Evanílson.
...e a reviravolta nos pés de Luis Díaz, carimbada por Francisco Conceição
O resultado não mexia e Sérgio Conceição arriscou mais. Trocou Corona por Pepê e lançou também em campo Fábio Vieira e Toni Martínez. Apesar das alterações, o ímpeto dos minutos iniciais apresentado pelos dragões até parecia estar a esmorecer, só que quem tem Luis Díaz tem (quase) tudo e, aos 84 minutos, o colombiano marcou e restabeleceu a igualdade.
O colombiano estava - como tem estado ao longo de toda a época - endiabrado e, já bem em cima do minuto 90, ia estar também na origem do golo que selou a reviravolta no marcador. Excelente lance individual pela esquerda, cruzamento rasteiro para a pequena área, onde apareceu Francisco Conceição - que havia entrado pouco antes - a finalizar ao primeiro poste. A bola ainda foi à trave, mas entrou mesmo. Estava consumado um (muito) suado triunfo do FC Porto.
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