O atual presidente e recandidato às eleições do Sporting Frederico Varandas (lista A) enalteceu na quarta-feira o lastro de um mandato de quatro anos “histórico” no plano desportivo à frente do atual campeão nacional de futebol.
“Só no futebol, são seis títulos ao todo, mais do que os rivais juntos. Os treinadores que serviram o Sporting devem ser respeitados. Nos últimos 13 anos, Marcel Keizer é o mais bem-sucedido a seguir a Rúben Amorim. Tenho orgulho em ter uma estrutura que escolheu os dois técnicos mais bem-sucedidos dos últimos 13 anos. Quando se fala de uma época desastrosa [em 2018/19], ganha dois títulos. Saiu porque é futebol, mas tem títulos”, ressalvou o líder ‘leonino’, no debate realizado no museu do clube, em Lisboa.
Regozijando-se por ver os concorrentes Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C) “satisfeitos pela gestão desportiva” do Sporting, Frederico Varandas garantiu que as camadas jovens continuarão a ser a base do plantel sénior, depois de recentemente “ter cortado custos e elevado o investimento da formação em dois milhões de euros (ME)”.
“Reformulámos os relvados e os quartos, criámos a unidade de performance, temos recursos humanos altamente qualificados, criámos o departamento de observação e há uma metodologia de treino transversal a toda a academia. A formação foi reconhecida como a melhor do ano e reativámos a equipa B, cujo modelo de treino está focado no jogador e não nos resultados. Caso contrário, poderíamos lá ter o Daniel Bragança, o Gonçalo Inácio ou o Gonçalo Esteves e acho que a equipa seria competitiva”, detalhou.
Já Ricardo Oliveira reconheceu que “o futebol agora está bem”, depois de “já ter estado mal durante dois anos”, prometendo que “fará tudo” para manter no comando técnico Rúben Amorim, que guiou os ‘leões’ ao título de campeão nacional 19 anos depois.
“Não foi a primeira escolha de Frederico Varandas. Esteve cá José Peseiro e houve alguns treinadores que também estiveram e eram a grande solução, fora os que ele convidou e lhe deram negas. Não é como se, de repente, tivesse visionado que [Rúben Amorim] era aquele. Acertou, é certo. É um excelente treinador e será também o meu. Não é funcionário de Varandas, mas da SAD. Depois, pode querer ou não ficar”, notou.
Pugnando pela aposta numa “pessoa muito forte para coordenar o futebol”, o líder da Federação Portuguesa de Padel valorizou o “ótimo trabalho” do atual diretor desportivo Hugo Viana e assumiu que “se deve aproveitar coisas feitas por Frederico Varandas”.
“Quero fazer melhor a outros níveis. O Sporting não é só um clube de futebol e há muita coisa para fazer além disso. Temos de investir para criar valor. Defendo um balão de oxigénio que entre para possibilitar a técnicos como o Rúben Amorim que tenham uma estrutura profissional sólida, sustentada e com capacidade financeira para ter uma equipa que lhe permita competir com as equipas lá de fora. Hoje em dia não o tem”, explicou.
Ricardo Oliveira deseja ainda concentrar os escalões de todas as modalidades numa cidade do desporto, que “só pode ser em Oeiras ou Odivelas”, enquanto Nuno Sousa lembrou que “financiar bem a formação” tem levado os leões’ a “melhores resultados”.
Além de incluir um diretor-geral, o gestor revelou como assessor para o futebol Augusto Inácio, que se sagrou campeão nacional como futebolistas e treinador pelo Sporting, tentando “ajudar o presidente e a administração da SAD a fazer a política desportiva”.
“Frederico Varandas vai às assembleias-gerais (AG) e começa a falar dos resultados desportivos com frequência. Se algum sócio questiona algo associado ao futebol, diz que isso é assunto da SAD. Há uma total incoerência. Os sócios são os donos do clube e o clube da SAD. Tudo o que é política desportiva deve ser sufragado na AG”, defendeu.
Nuno Sousa mostrou-se “completamente contra” as aquisições de jogadores “acima do que está indicado no Transfermarkt”, portal especializado na avaliação de valores de mercado, interrogando como é que a SAD “aceita que este passe a ser o paradigma”.
“Uma coisa é fazer um negócio nestes moldes que seja uma oportunidade. Imagine-se, por exemplo, o que seria comprar uma casa acima do valor do portal de referência, pagarmos o empréstimo e, quando fôssemos vendê-la, estarmos contratualmente obrigados a vender 50% do valor da venda ao ex-proprietário. Ninguém faria isso, mas uma coisa é certa: todos os presidentes dos outros clubes já sabem aquilo podem pedir. O Sporting está a pagar a mais e o Transfermarkt passou a ser a bitola”, finalizou.
As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem em 05 de março, das 09:00 às 20:00, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, quatro anos após o sufrágio mais concorrido de sempre, com 22.510 sócios votantes, entre 51.009 elegíveis.
Os cadernos eleitorais deste ano têm cerca de 54 mil sócios elegíveis. Para votar necessitam ter todas as quotas pagas, incluindo a relativa a fevereiro 2022, que tinha prazo de pagamento até 13 de fevereiro.
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