O candidato da Lista C às eleições dos órgãos sociais do Sporting, Nuno Sousa, que foi derrotado por Frederico Varandas, criticou hoje a elevada abstenção no sufrágio do clube e disse que “muito provavelmente” será candidato em 2026.

“Obrigado aos sportinguistas que nos acompanharam nos dois últimos anos e, mesmo com a bola a entrar, confiaram que seríamos a alternativa. Agradeço a todos os que puderam vir votar, mas tivemos 73% de abstenção. É uma quebra gigante da militância sportinguista. Nem convocando as eleições para um dia de jogo consegue disfarçar”, declarou o candidato, que reuniu 7,3% das preferências leoninas, à RTP.

Frederico Varandas foi reeleito no sábado presidente do Sporting com uma percentagem de 85,8%, correspondendo a 64.509 votos, anunciou Rogério Alves, presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral.

O antigo diretor clínico dos ‘leões’ superou os concorrentes Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C), que obtiveram 2,95% (2.216 votos) e 7,3% (5.408), respetivamente.

Segundo Nuno Sousa, bastante crítico de Varandas, o agora presidente reeleito “esquivou-se a fazer entrevistas” na campanha, “uma negação do que é a democracia”, esperanod que o líder, que parabenizou, “comece a cumprir o que prometeu”, sem deixar “para o último dia”, como no caso das VMOCs, cuja recompra foi anunciada na sexta-feira.

“Estávamos abertos ao que os sócios nos quisessem dar. Foi o resultado que quiseram, gostávamos muito mais que mais sócios pudessem ter participado. A abstenção faz refletir se é a participação que queremos dos sócios. Dos 20 mil que poderiam votar por correspondência, só cerca de 2.500 é que tiveram o voto válido. Portanto, queríamos que nos núcleos também pudéssemos votar”, refletiu o candidato.

Questionado sobre se pretende recandidatar-se num sufrágio futuro, respondeu que “muito provavelmente, sim”, e até lá o movimento que lidera pretende “continuar atento, participativo”.

A Assembleia-Geral eleitoral ordinária do Sporting, para eleição dos órgãos sociais, decorreu no sábado no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, das 09:00 às 20:00, com a participação de 14.785 sócios, o equivalente a 72.212 votos.

Neste ato eleitoral, os sócios votaram para uma lista única, que englobou os três órgãos sociais do clube, Mesa da Assembleia Geral (MAG), Conselho Diretivo (CD) e Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e respetivos presidentes.

Na lista C, Nuno Sousa foi o candidato a presidente do clube e João Gaspar, antigo assessor de João Rocha, à MAG, com Pedro Neto Domingos avançado para o CFD.