Domingos Paciência, que agora faz parte da lista de Pedro Proença candidata à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, é, ainda hoje, um dos símbolos do FC Porto, clube onde se destacou como jogador e onde conquistou quase tudo o que havia para ganhar. Nos 18 anos que esteve ao serviço dos dragões (12 deles na equipa principal), arrecadou 21 títulos, entre campeonatos nacionais (7), Supertaças Cândido de Oliveira (6), Taças de Portugal (6) e três títulos nas camadas jovens.

A carreira de jogador foi quase toda ao serviço do emblema azul e branco à exceção das épocas  1997/98 e 1998/99, altura em que decidiu tentar a sorte no Tenerife. No entanto, acabou por regressar ao FC Porto onde terminou a carreira.

O início do percurso como treinador também aconteceu ao serviços dos dragões, onde foi treinador-adjunto da equipa B. Depois disso, estreou-se como técnico principal no União de Leiria. No currículo acrescentou ainda clubes como Académica, SC Braga, Sporting, Deportivo, Kayserispor, Vitória FC, Apoel e Belenenses.

Domingos Paciência garantiu, em declarações ao Sapo Desporto, que os clássicos de agora são diferentes dos de "outros tempos".

"Os níveis de motivação foram sempre muito grandes. Jogar contra o Sporting era sempre algo motivador por si só. Claro que saímos muitas vezes mais vencedores, e por isso já havia uma menor pressão, mas sempre grande tensão", começou por referir.

Em relação à expetativa para o encontro de sexta-feira, o antigo avançado salientou o mau momento do FC Porto e a estabilidade dos leões.

"Este é um jogo de grande expetativa no que o FC Porto pode fazer, por causa da instabilidade. A saída de alguns jogadores fundamentais e os resultados dos últimos jogos pode fazer do FC Porto o menos favorito, apesar de jogar em casa. Vai estar perante um Sporting estável e com Rui Borges a fazer um bom trabalho em levar equilíbrio ao grupo. No entanto, é um clássico. E tudo pode acontecer", salientou ainda.

A pressão, não tem dúvidas, que "vai estar do lado do FC Porto", uma vez que está completamente proibido de perder pontos, se se quiser manter na corrida pelo título nacional.

"A pressão está mais no FC Porto porque não pode perder nem empatar. Se isso acontecer pode comprometer os objetivos. Mas também sabemos bem que em momentos mais difíceis, os dragões conseguem fazer destes jogos uma reviravolta", garantiu.

O destaque deste encontro, poderá ser, de acordo com Domingos Paciência, o avançado leonino Gyokeres. Caso seja opção para o jogo no Dragão, o jogador poderá ser decisivo.

"Nesta altura, o Sporting sem Gyokeres não é tao forte. A grande referência do Sporting é ele. Já no FC Porto, nesta altura, não é fácil destacar um jogador. Mas com base do que vi no jogo com o Rio Ave, gostei muito do Rodrigo Mora", enumerou também.

O ex-jogador recusa-se a apontar um favorito dando como motivo o facto de a mística do Estádio do Dragão ter a capacidade de alavancar a equipa ferida.

"Não se pode apontar um favorito porque o FC Porto a jogar em casa, perante os seus adeptos, é sempre forte. O Sporting será a equipa que está mais sólida. Mas está tudo em jogo. Veremos para que lado vai pender", concluiu.