Ser aposta do Moreirense é o principal objetivo do uruguaio Pablo Oliveira, autor de dois dos três golos do jogo que ditou o afastamento do Sporting da Taça de Portugal em futebol, mas «vingar neste país» também é «importante»
Pablo Oliveira chegou a Moreira de Cónegos no início de agosto para reforçar a lista de pouco mais de uma dezena de jogadores contratados para atacar o objetivo do Moreirense: alcançar «o mais cedo possível» a manutenção na I Liga, após sete épocas a militar em divisões inferiores.
Ao serviço dos Cónegos ainda não tinha - diz agora que «devido à dificuldade de adaptação a um futebol muito diferente» - oportunidade de se mostrar.
Até que, ao minuto 46 do jogo contra o Sporting, no domingo, a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, fez o primeiro golo em terreno português. Viria a bisar, aos 62 minutos, carimbando a reviravolta no marcador de um jogo que só acabou no prolongamento, com um 3-2 a favorecer os vimaranenses e a penalizar ainda mais um Sporting em crise.
Pablo Oliveira, avançado uruguaio de 24 anos, oriundo do River Plate, marcou contra os "leões" os seus dois primeiros golos fora do seu país, golos que considera "importantes e especiais" por terem sido contra «um grande de Portugal», pois quer «vingar neste país» mas não quer «para já sonhar alto demais».
«Sempre que se joga contra uma equipa grande, os golos marcados são vividos de maneira diferente, mas não é para sonhar muito. Isto ser uma montra? Quero pensar e trabalhar passo a passo. Se amanhã tiver oportunidades novas, melhor, mas agora penso só no Moreirense», disse hoje Pablo Oliveira, numa conferência de imprensa improvisada que o fez sentir «especial e orgulhoso».
De entre os dois golos marcados, ambos de pé direito e fruto de remates fortes à entrada da área, Pablo Oliveira gosta mais do segundo: «Vi-os várias vezes na televisão. Talvez a jogada do segundo seja mais bonita», referiu.
Sobre a reação da família, que continua no Uruguai, o avançado contou que o pai e a esposa viram o jogo pela Internet «vibraram e depois festejaram por telefone».
«Ficaram muito contentes. A distância é difícil. Estou cá sozinho. A adaptação está a ser aos poucos com muita ajuda dos colegas e do Moreirense», disse, acrescentando que as principais dificuldades estão nas diferenças entre um futebol «muito mais rápido e técnico», como disse ser o europeu face ao uruguaio.
Além da família, Pablo Oliveira foi felicitado por colegas de equipa e amigos de profissão, sendo que, em Portugal, tem em Barrientos (médio uruguaio do Vitória de Guimarães) um amigo: «Ele ligou a felicitar-me. Já o conhecia. De Portugal, conhecia, antes de vir, o Benfica e o FC Porto de ver na televisão, e o Barrientos por nos termos defrontado lá e de ouvir falar do seu trabalho».
Pablo Oliveira não tem sido titular nas equipas do treinador Jorge Casquilha, situação que pretende «mudar ainda que com respeito pelas opções do treinador».
«Trabalho para conseguir isso [titularidade]. Sabia que ia ser difícil conseguir logo num clube da Europa, mas é para isso que trabalho. Os golos serviram para me mostrar, agora é continuar a trabalhar para conseguir um lugar», concluiu o avançado do atual 13.º classificado na I Liga em futebol com cinco pontos.
Com a vitória sobre o Sporting, o Moreirense quebrou um ciclo de quatro derrotas consecutivas e «expulsou» o Sporting, orientado por Oceano Cruz, da Taça de Portugal.
Comentários