O FC Porto anunciou na 5.ª feira ter assinado uma adenda ao contrato celebrado pela anterior administração, então comandada por Pinto da Costa, com a Ithaka em abril. Com o novo acordo, a sociedade espanhola Ithaka Infra III adquire 30% da Porto Stadco SA, que ficará responsável pela exploração comercial do Estádio do Dragão, no Porto, após a cisão da Porto Comercial.

Em entrevista ao jornal OJogo esta sexta-feira, José Pereira da Costa, diretor financeiro do FC Porto, abordou a importância desta renegociação de contrato, válido até 2045 e que valerá um encaixe financeiro de 50 milhões de euros, mais 10 M do que o anterior contrato.

"Ao contrário do que a administração anterior referia, não bastava devolver o dinheiro, até porque esse dinheiro nunca entrou. Não era bem devolver o dinheiro e rescindir contrato, porque havia cláusulas de saída bastante onerosas para o clube e a negociação a que chegámos foi possível porque também encontrámos, da parte da Ithaka, bastante flexibilidade. Tendo em conta que iriam celebrar uma parceria de 25 anos com o FC Porto, quiseram assegurar que também ficaríamos confortáveis durante esse período", disse José Pereira da Costa.

O diretor financeiro dos azuis e brancos frisou que os espanhóis "demonstraram flexibilidade" na negociação mas que, se tivesse feito tudo do início, "outras questões poderiam ter sido, eventualmente, melhor acauteladas".

O dirigente portista anunciou, na entrevista ao jornal OJogo, "melhores condições, não só de valor global, mas também potencial" do novo contrato, destacando o "incremento de 40 para 50 M€ no pagamento imediato". "É mais 25%, que nos dá a possibilidade de entrarmos numa nova vida em termos de pressões de tesouraria, que são grandes", finalizou.

Com a adenda assinada, o FC Porto assegurou uma opção de recompra da participação social agora cedida à Ithaka, a ser exercida no final do 10.º e 15.º anos, sendo que, em qualquer dessas alturas, pode recuperar 100% dos direitos económicos da Porto Stadco.

Além do controlo e a gestão sobre as operações do recinto, apoiados pela ‘expertise’ da Ithaka, os ‘dragões’ preservarão toda a propriedade do mesmo nos 25 anos de parceria.

"Após o decurso desse prazo (ou em momento anterior, caso decida exercer a opção de recompra), o FC Porto recuperará 100% dos direitos económicos do estádio#", finalizou a SAD, sobre um dos negócios estruturantes mais recentes 'herdados' da anterior gestão.

Em 18 de abril, nove dias antes da vitória eleitoral de André Villas-Boas perante Pinto da Costa, líder há 42 anos e 15 mandatos, no sufrágio mais concorrido de sempre do clube, os ‘azuis e brancos’ tinham comunicado a celebração de um acordo estimado em 65 ME com a Ithaka para elevar a “utilização e rentabilidade económica” do Estádio do Dragão.