A direção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) está hoje reunida, a título extraordinário, para debater as investigações sobre corrupção na II Liga e os pressupostos financeiros de participação nas competições profissionais.
Fonte ligada a um dos processos disse à Lusa que está a ser analisada a questão da detenção de 15 pessoas no sábado por suspeitas de viciação de resultados na II Liga, bem como o caso do Moreirense em 2012, também no segundo escalão.
No sábado, a Polícia Judiciária deteve quatro jogadores do Oriental e outros tantos da Oliveirense, o presidente e um diretor do Leixões e outros cinco envolvidos na alegada manipulação, associada a apostas desportivas.
No caso do Moreirense, que data de 2012, o Ministério Público acusou o clube de seis crimes de corrupção ativa e, caso seja considerado provado, a continuidade do emblema minhoto na I Liga pode estar comprometida.
De acordo com a acusação, na reta final da temporada 2011/2012, que resultou na subida do Moreirense à I Liga, terão sido contactados seis jogadores do Santa Clara e da Naval com o objetivo de facilitarem nos jogos contra o Moreirense.
Os jogadores abordados foram Lourenço e Paulo Grilo, do Santa Clara, e ainda João Pedro, Hugo Santos, Manuel Godinho e Williams, da Naval 1.ª de Maio.
Lourenço, João Pedro, Hugo Santos e Manuel Godinho recusaram a verba oferecida, de 5 mil euros. Segundo a acusação do Ministério Público, o único jogador que aceitou a oferta dos ex-jogadores ligados ao Moreirense foi Williams.
O Ministério Público diz mesmo, na acusação, que foi fácil corromper o brasileiro.
Os salários em atraso são vistos por alguns agentes do futebol como fator que fragiliza os jogadores e facilita casos de corrupção, razão pela qual a questão dos pressupostos financeiros de participação nas competições profissionais também esteja em debate.
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