O Sporting saiu da Madeira vergado a uma derrota por 1-0 diante do Marítimo. O golo solitário de Cláudio Winck na conversão de uma grande penalidade foi suficiente para dar a vitória aos madeirenses, apenas a segunda no campeonato, ao mesmo tempo que deixou os leões de Alvalade ainda mais longe dos primeiros lugares da tabela.
São quatro empates e duas derrotas do Sporting nas últimas sete visitas ao Caldeirão dos Barreiros; a Pérola do Atlântico parece mais uma pedra no sapato do leão.
Entrada fulgurante e um leão atordoado
Teoricamente este seria o melhor momento para o Sporting quebrar a recente 'malapata' nas viagens à Madeira; sete triunfos consecutivos e com evidente veia goleadora perante um Marítimo aflito e desesperadamente à procura de pontos, faziam prever que o leão poderia voltar a ser feliz no Estádio dos Barreiros.
Em vésperas de jogar contra o Benfica, o treinador Rúben Amorim promoveu três alterações no onze inicial, em comparação com a equipa que iniciou o jogo diante do Paços de Ferreira; os castigados Dário Essugo e Pedro Gonçalves deram lugar a Manuel Ugarte e Mateus Fernandes, enquanto que, no corredor esquerdo, Arthur Gomes ocupou o lugar de Nuno Santos, jogador a um cartão amarelo da suspensão.
Já José Gomes, no seu primeiro jogo em casa após o regresso aos Barreiros, fez entrar os reforços Marcelo Carné, Leo Pereira e Percy Liza no onze inicial; os insulares procuravam dar seguimento ao empate obtido diante do Rio Ave na ronda anterior.
E foram os da casa que entraram melhor, pressionando o Sporting em cada centímetro de terreno, não deixando o leões respirar e explanar o seu jogo; com efeito, muitas vezes António Adán foi obrigado a bater a bola, em vez de sair a jogar com os seus colegas da defesa. Sem surpresa para quem assistia ao jogo, o Marítimo estava por cima e criou a primeira oportunidade de golo logo aos sete minutos com o remate de Bruno Xadas a sair muito perto do poste de Adán.
Depois de um quarto-de-hora de domínio insular, os leões de Lisboa lá resolveram fazer o favor de começar a jogar, procurando gradualmente desabotoar a camisa de forças onde se encontravam; numa rápida transição a equipa de Alvalade esteve perto do golo à passagem dos 17 minutos, altura em que o cruzamento de Pedro Porro encontrou Paulinho que, com um remate de primeira, obrigou Marcelo Carné à melhor defesa do jogo.
Apesar disso, os verde-e-brancos nunca conseguiram impor o seu jogo e desenvolver as suas combinações ofensivas habituais; isto porque no meio-campo, João Afonso e Rafael Brito ganhavam todos os embates e controlavam por completo a zona intermediária, permitindo aos colegas do ataque pressionar mais alto e neutralizar por completo o leão.
Erro aproveitado e a desinspiração geral
Na segunda parte o Sporting entrou claramente diferente e disposto a dar alguma cor à até agora pálida imagem dada nos primeiros 45 minutos; muito empurrados pela velocidade e balanceamento ofensivo de Pedro Porro, os comandados de Rúben Amorim mostravam-se agora mais agressivos e a tentar mostrar que a primeira parte não passou de um percalço.
Contudo, e numa altura em que estava por cima no jogo, o Sporting acabou por sofrer o único golo da partida. Aos 53 minutos um lance aparentemente inofensivo, Mateus Fernandes precipitou-se na abordagem ao lance e derrubou Percy Liza dentro da área; grande penalidade convertida por Cláudio Winck para o 1-0.
O golo cortou as vazas ao ímpeto dos visitantes que não conseguiram reagir ao duro, e de certo modo inesperado, golpe sofrido. Do banco Rúben Amorim lançava Nuno Santos, Rochinha e Jovane para tentar providenciar alguma acutilância e repentismo a um leão previsível e que demonstrava total desinspiração.
Do lado martimista, José Gomes refrescou o meio-campo, permitindo à formação madeirense manter a forte pressão sobre o adversário, evitando assim que a equipa se encolhesse e se remetesse à sua zona defensiva.
Até final, o Marítimo conseguiu impedir o Sporting de criar flagrantes oportunidades de golo, obrigando a equipa de Alvalade a conduzir os seus ataques quase exclusivamente pelos corredores, beneficiando da desorganização ofensiva dos leões para segurar a vantagem até final.
Com esta derrota, a quinta no campeonato, os leões de Alvalade estão cada vez mais longe dos lugares da frente, correndo o risco de ver esta distância aumentar ainda mais na próxima jornada. Quanto ao Marítimo poderá ter aqui encontrado o ponto de partida rumo à recuperação na classificação.
O melhor
João Afonso foi um dos elementos preponderantes na vitória do Marítimo diante do Sporting. O médio brasileiro, como que dotado de omnipresença, foi capaz de anular por completo o meio-campo dos leões, amarrando por completo Mateus Fernandes e impedindo o jovem médio de pensar o jogo da equipa de Alvalade. Muita da incapacidade do Sporting em montar e desenvolver o seu jogo passou pela exibição do centrocampista dos insulares.
O pior
Tendo em conta marasmo de ideias que foi o futebol leonino, as exibições mais cinzentas terão sido daqueles que, potencialmente, oferecem mais criatividade ao jogo do Sporting. Neste caso falamos de Marcus Edwards e Francisco Trincão. Os dois extremos nunca foram capazes de desequilibrar e impor a sua habitual velocidade e dinâmica ofensiva. De tal forma que a única maneira que os leões tiveram de chegar junto da área maritimista foi através dos alas.
Os treinadores
José Gomes: "O mérito é nosso"
Rúben Amorim: "Nunca conseguimos assentar bem o jogo"
Veja aqui o resumo do jogo
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