O Ministério Público (MP) está a investigar o pagamento de comissões superiores a 20 milhões de euros relacionados com transferências de futebolistas e hoje efetuou 33 buscas, entre as quais na SAD do FC Porto e numa instituição bancária.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) esclareceu em comunicado os motivos das buscas realizadas esta segunda-feira e que terão abrangido o FC Porto, a casa do próprio presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa, a residência do seu filho, o empresário de jogadores Alexandre Pinto da Costa, e também a residência do empresário Pedro Pinho, que se encontra ausente do País.
"As diligências de recolha de prova visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios", esclarece o DCIAP no referido comunicado.
A operação foi noticiada ao início da manhã pela revista 'Sábado', dando conta de que as buscas se enquadram na Operação Cartão Vermelho e envolvem os empresários de futebol Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.
Leia o comunicado do DCIAP na íntegra
"Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, alínea b), do Código de Processo Penal, informa-se:
No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal cuja investigação se encontra a cargo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e conta com a estreita colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), foram cumpridos, no dia de hoje, 33 mandados de busca, principalmente no Porto e em Lisboa, abrangendo instalações de sociedades, incluindo uma SAD e uma instituição bancária, bem como diversas residências.
As diligências de recolha de prova visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios.
Estão em causa factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 (vinte) milhões de euros.
Na execução das buscas participaram 85 elementos da Inspeção Tributária da AT e da PSP, bem como magistrados do Ministério Público.
O inquérito encontra-se em segredo de justiça."
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