O Conselho Diretivo do Sporting disse, em comunicado, não acreditar "que um tribunal considere não ser dos superiores interesses do clube a continuação de uma direção que tem no currículo os melhores resultados desportivos e financeiros de sempre".
Na nota, o Conselho Diretivo (CD) 'leonino', liderado por Bruno de Carvalho, justifica que o clube está "em normal atividade, sendo que este ano já é o melhor da história no que respeita a títulos europeus e nacionais, estando as contas equilibradas e registando-se nos últimos cinco anos um crescimento de 60.000 associados".
"Também não tem a menor credibilidade que isso aconteça [providência cautelar] na SAD, pois esta administração foi a única na história do clube a apresentar um mandato positivo e a apresentar, já esta época, contas positivas. Uma SAD que tem em mãos um empréstimo obrigacionista e uma contratualização jurídica das melhorias da reestruturação financeira", acrescenta a nota, dando conta ainda de que "tem em mãos negociações de compras e vendas de jogadores da SAD na preparação da próxima época, assim como o clube está a fechar os planteis das restantes 54 modalidades".
Aquele CD voltou a apelidar de "golpe" a criação da Comissão de Fiscalização e a marcação de uma Assembleia Geral para 23 de junho por parte da Mesa da Assembleia Geral (MAG) liderada por Jaime Marta Soares, reforçando: "Já estão marcadas eleições para esses dois órgãos [MAG e Conselho Fiscal e Disciplinar] para 21 de julho. Se já não se identificam com este projeto ganhador, então devem deixar os associados decidir os novos órgãos sociais nessas eleições."
O CD refere ainda que há "preceitos legais e regulamentares que podem ser cumpridos pelos associados a qualquer momento", acrescentando que a assembleia do dia 23 "estava ferida na sua legalidade, mas podem os associados cumprir esses preceitos e entregar à MAG transitória ou à nova MAG que será eleita no dia 21 de julho para o efeito".
A crise que se vive no Sporting iniciou-se no dia 15 de maio, quando cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.
A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.
Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o 'team manager' do clube, André Geraldes.
Na sequência destes acontecimentos, os elementos da MAG, a maioria dos membros do CFD e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
De seguida, realizaram-se duas reuniões da MAG e membros do CFD com a direção, que culminaram com a decisão anunciada por Jaime Marta Soares de marcar uma Assembleia Geral para votar a destituição do órgão liderado por Bruno de Carvalho, agendada para 23 de junho, tendo ainda sido criada uma comissão de fiscalização para o CFD.
Entretanto, o CD do Sporting decidiu por seu lado substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma comissão transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, aprovação de duas alterações estatutárias e análise da situação do clube e prestação de esclarecimentos aos sócios e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.
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