O BE requereu hoje as audições parlamentares da Federação Portuguesa de Futebol, da Liga de Clubes e do Sindicato de Jogadores para conhecer as medidas daquelas estruturas no combate ao racismo e em defesa do “`fair play´” desportivo.
“A par da legislação em vigor, importa conhecer os passos que cada uma destas estruturas tenciona dar no sentido de intensificar o combate em defesa do fairplay, da verdade desporto e do futebol como desporto e não como palco de atos racistas”, afirma o BE no requerimento, dirigido à comissão parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto.
A iniciativa do BE é apresentada na sequência do jogo de domingo passado entre o Vitória de Guimarães e o Futebol Clube do Porto, em que “ao minuto 70´ e, após se ter escutado, vindo das bancadas, um conjunto de cânticos racistas dirigidos a Moussa Marega, o atleta abandonou a partida”.
“Das bancadas, foi possível ouvir um conjunto de adeptos a imitar sons de macacos de cada vez que Moussa Marega estava na posse da bola”, refere o Bloco de Esquerda, manifestando solidariedade para com o jogador e para com “todos os que não desistem de fazer da prática desportiva uma casa da igualdade”.
O BE recorda a aprovação, na passada legislatura, de diplomas para dar “mais robustez” ao combate à violência no desporto, em particular nos recintos desportivos, considerando que, quase um ano depois, verifica-se a “manutenção de episódios de violência racista”.
Assim, considera, “é momento de refletir sobre a necessidade de mais e melhores instrumentos de combate ao racismo no desporto”, defendendo que os atos racistas “devem ser punidos de forma exemplar”.
No documento, o BE afirma que as estruturas representativas do futebol profissional têm “nos últimos anos aderido e proporcionado um conjunto de iniciativas” em defesa do `fair play´ e contra o racismo no futebol, defendendo a necessidade de o parlamento conhecer as iniciativas para “intensificar” aquele combate.
Também na sequência do mesmo caso, o PCP pediu na segunda-feira a audição, no parlamento, do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, secretário de Estado da Juventude e Desposto, João Paulo Rebelo, e da Liga de Clubes.
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