O Casa Pia vai procurar alcançar de novo uma manutenção tranquila na I Liga de futebol, com um plantel em que ainda faltam “algumas peças para completar o ‘puzzle’”, afirmou hoje o treinador Filipe Martins.

“Claramente a manutenção é o nosso objetivo principal, tentar que seja de uma forma tranquila, tal como foi no ano passado, e evitar sobressaltos. Acima de tudo, este ano é novamente a manutenção e consolidar o 10.º lugar da época passada. Se conseguirmos melhorar um pouco, melhor ainda, mas nada mais do que isso”, sublinhou o treinador.

Filipe Martins falou aos jornalistas antes de um treino dos ‘gansos’ – aberto 20 minutos -, no Estádio Pina Manique, em Lisboa, estando ainda ausentes dos trabalhos Leonardo Lelo, Yan Eteki, Takahiro Kunimoto e Yuki Soma, autorizados a apresentar-se mais tarde.

“Mal seria se um treinador nesta altura já tivesse a equipa que idealiza. Somos eternos insatisfeitos. Estou confiante com os jogadores que temos, mas temos noção de que ainda faltam chegar algumas peças para completar este ‘puzzle’. Acreditamos que vai ser novamente uma equipa com muita qualidade, que vai honrar os pergaminhos do Casa Pia e atingir os objetivos propostos”, assumiu o técnico amadorense, de 45 anos.

No apronto matinal, o reforço Rafael Brito ficou-se pelo ginásio, ao passo que Ângelo Neto, Rafael Martins e Fernando Andrade (outra ‘cara nova’) treinaram condicionados, tendo a sessão orientada por Filipe Martins contado com 24 futebolistas disponíveis.

“Como treinador, tenho de estar preparado para perder qualquer jogador. É óbvio que quero sempre ter os melhores, mas também tenho de perceber que estou ao serviço de uma instituição que depende de fazer vendas e de ter receitas para poder honrar os compromissos. Estamos perfeitamente preparados para perder jogadores, mas temos alternativas na nossa cabeça, no caso de haver a saída de algum jogador”, frisou ainda.

Uma das possíveis alternativas, que tem sido veiculada pela comunicação social, pode passar por Rafael Camacho, ligado ao Sporting, com quem Filipe Martins admitiu que gostava de contar, embora seja “completamente inacessível”, dado o salário avultado.

O técnico esclareceu também que a contratação do espanhol Gaizka Larrazabal tem o intuito de colocar o jogador a disputar a vaga no lado direito da defesa com o reforço André Geraldes, apesar de ser extremo de raiz e ter tido essa função no Real Saragoça.

Depois de uma época no Estádio Nacional, em Oeiras, os lisboetas terão agora, como ‘casa’ emprestada, o Estádio Municipal de Rio Maior, a 84 quilómetros de distância, o que é “incómodo” para os adeptos, mas o plantel tem de encarar “com naturalidade”.

“Temos de ficar imunes. Estamos completamente mentalizados para isso. É incómodo para os adeptos, que têm de despender um pouco mais de dinheiro, ao fim de semana, para ir ver o clube que gostam, mas acredito que irão fazer um sacrifício. Irmos jogar a Rio Maior não irá servir de desculpa. Há de chegar o dia em que vamos voltar para Pina Manique, que seja breve. Até lá, vamos encarar as coisas com naturalidade e confiança. Não vai ser isso que nos vai tornar mais fracos”, atirou o técnico, há três anos no cargo.

Integrados na pré-época estão os juniores Afonso Monteiro, Denis Ventura, Gonçalo Rodrigues, Daniel Fracassa, Samuel Ceita, Jaime Godinho e ainda Diamantino Ribeiro.

O Casa Pia conta, por enquanto, com cinco reforços: o defesa direito André Geraldes (ex-Maccabi Telavive, Israel), o defesa esquerdo Tiago Dias (ex-Feirense), o médio defensivo Rafael Brito (ex-Benfica), o ala direito espanhol Gaizka Larrazabal (ex-Real Saragoça, Espanha), e, por fim, o avançado brasileiro Fernando Andrade (ex-FC Porto).

Por outro lado, o Casa Pia renovou os contratos com Ricardo Batista, Vasco Fernandes, Nermin Zolotic e Ângelo Neto, enquanto o guarda-redes João Bravim, o defesa direito Lucas Soares, o central Léo Bolgado e os médios Cuca e Afonso Taira saíram do clube.