O técnico dos minhotos disse, na quinta-feira, que a sua equipa surpreendeu a do Mónaco, mas no campeonato nacional o conhecimento dos treinadores de todas as equipas é total, por isso Carlos Carvalhal disse esperar com o Gil Vicente “um jogo mais difícil do que com o Mónaco”.
“É uma equipa muito coesa, vi o jogo que fez no ‘Dragão’ [1-1, com o FC Porto] com 10 [quase todo o jogo], venceu na ‘Luz’ [2-1 sobre o Benfica] e, além disso, concedeu pouquíssimas oportunidades de golo, mas nós estamos apostados em fazer melhor”, referiu, apelando novamente “ao apoio massivo dos adeptos", lembrando os "muitos jovens que, há três meses, jogavam na Liga 3 - os erros acontecem, a inconstância acontece, e esse apoio é muito importante para ter mais uma noite à Braga”, disse.
O Sporting de Braga jogou na quinta-feira, tendo vencido o Mónaco por 2-0, na primeira não dos ‘oitavos’ da Liga Europa, mas vem de dois empates seguidos no campeonato (0-0 com o Santa Clara e 1-1 com o Boavista).
Já o Gil Vicente, a equipa sensação do campeonato, empatou em casa na última jornada (0-0 com o Estoril Praia), mas não perde há dez jornadas consecutivas (seis vitórias e quatro empates) e Carlos Carvalhal deixou vários elogios ao seu treinador, defendendo mesmo a atribuição do ‘título’ de “treinador do ano” para Ricardo Soares.
“Tem feito um trabalho absolutamente extraordinário no Gil Vicente. Conheço-o desde o seu início como treinador, na distrital [de Braga]. Foi meu jogador no Vizela e previ que fosse dar um excelente treinador. As suas equipas sempre foram muito sólidas defensivamente, muito compactas, e, nos últimos anos, fez um ‘upgrade’ na sua forma de jogar, com um futebol mais vistoso, de maior recorte técnico e de apoio, é um dos treinadores que mais evoluiu nos últimos anos”, disse.
Carlos Carvalhal notou que, no início, as “expectativas eram muito pequenas” em relação ao Gil Vicente, destacando as poucas derrotas que a equipa de Barcelos tem, apenas uma nas últimas 16 jornadas, com o Sporting, em casa (3-0).
“É uma equipa boa, com qualidade e que sabe jogar”, mas “vai encontrar um Braga que vai jogar bem, muito concentrado e a tentar procurar uma ou outra deficiência” do adversário.
O treinador quis ainda “pôr as expectativas no sítio”.
“Alguém esperava, este ano, que nos intrometêssemos na luta pelo título com uma aposta em 12 ou 13 jogadores da sua formação? Alguma equipa no mundo teria condições para isso? Uma pessoa de bom senso vai responder que não. Importa pôr as expectativas no sítio. Estamos e bem no quarto lugar porque o FC Porto, Sporting e Benfica têm sido melhor que nós e temos que ser melhores que o Gil Vicente e tentar a maior aproximação ao terceiro lugar. Assim, metemos as expectativas no seu lugar, olhos nos olhos e sem enganar ninguém”, disse.
Abel Ruiz e Vítor Oliveira marcaram os golos da vitória diante dos monegascos e o técnico analisou as características distintas dos jovens avançados.
“O Abel Ruiz não jogou de início só pela sua capacidade de desmarcar-se, mas também por fechar bem a zona central, fá-lo melhor que o Vítor [Oliveira]. Com equipas que dão espaço entre linhas, ele movimenta-se bem aí. O Vítor é mais um jogador de ataque à profundidade, tem mais capacidade para abrir as defesas dessa forma”, explicou.
O Sporting de Braga lidera vários itens nas estatísticas na Liga Europa e o treinador considera que se deve ver “o copo meio cheio”.
“Mas, com os pés bem assentes no chão e focados no Gil Vicente. A eliminatória ainda não está ganha e temos três tarefas muito duras pela frente”, referindo-se aos jogos com o Gil Vicente, Mónaco e Portimonense, antes do interregno para os compromissos da seleção nacional.
Sequeira, Lucas Mineiro, Gorby e Roger, lesionados, estão fora do jogo.
Sporting de Braga, quarto classificado, com 46 pontos, e Gil Vicente, quinto, com 42, defrontam-se a partir das 20:30 de domingo, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Luís Godinho, da associação de Évora.
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