O advogado do empresário José António dos Santos, um dos quatro arguidos no processo ‘cartão vermelho’, Castanheira das Neves, admitiu que os interrogatórios poderão ficar concluídos hoje, sendo posteriormente anunciadas as medidas de coação.

Castanheira das Neves, que falava à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, garantiu que o seu cliente, conhecido como ‘rei dos frangos’, respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas no interrogatório que decorreu esta manhã, motivo pelo qual assume serenidade no processo.

“É um balanço de tranquilidade, com uma expectativa satisfatória em função dos esclarecimentos dos que foram prestados e que julgámos adequados à projeção da perspetiva e da posição do nosso constituinte, que respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas. Agora temos de aguardar a fase consequente”, começou por dizer.

O advogado recusa-se, para já, a falar sobre eventuais medidas de coação, frisando que só o irá fazer depois de serem anunciadas.

No âmbito do processo ‘Cartão Vermelho’, os interrogatórios começaram hoje. José António dos Santos foi o primeiro. De tarde foi a vez de Bruno Macedo e de Tiago Vieira. O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que hoje suspendeu funções, será o último. Castanheira das Neves admite que tudo poderá ficar concluído ainda hoje.

“É provável que hoje terminem os interrogatórios. Estamos completamente disponíveis para ficar até à hora necessária”, adiantou.

O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.