Carlos Severino acredita que os reforços do Sporting são jogadores de qualidade, mas ainda têm muito trabalho pela frente para demonstrarem todo o seu potencial. Ao SAPO Desporto, o antigo candidato à presidência do clube leonino fez a análise dos jogadores que entraram no plantel de Jorge Jesus.
“Gostei muito da atitude de Acuña. É um jogador com garra enquanto o Bruno Fernandes é um jovem português com experiência em Itália. Esses parecem ser os que entraram melhor na equipa, mas também foram os mais caros. Mathieu é um jogador com uma carreira significativa, mas nos últimos anos fez poucos jogos. Piccini é um jogador que aprecio e está a crescer. No último jogo [Troféu Cinco Violinos] esteve bem e mostrou estar a desenvolver-se”, defendeu Carlos Severino.
Sobre Coentrão, o antigo direto de comunicação do Sporting defendeu a qualidade do defesa esquerdo e colocou esperanças em Jorge Jesus para tirar o melhor do jogador.
“Coentrão é um jogador com qualidade e, nos últimos anos, teve dificuldades com lesões. Nota-se de que qualidade está lá, mas precisa de trabalhar muito para ser o Coentrão dos tempos de Real Madrid. É uma grande responsabilidade por parte do Jorge Jesus. Ele conhece bem o Fábio e sabe que ele é capaz de trazer o melhor dele”.
Numa altura em que as potenciais saídas do Sporting giram à volta de William Carvalho e Adrien Silva, Carlos Severino revelou que preferia perder o capitão leonino e manter o médio defensivo que garante equilibro, serenidade e saída de bola no meio-campo do Sporting.
“Eu preferia manter William. É um jogador fabuloso de grande equilibro que dá uma grande serenidade à equipa na distribuição de jogo e na vertente defensiva. É um falso lento com passada larga e preenche a zona toda. O Bruno Fernandes pode fazer bem o lugar de Adrien”.
O Sporting apresentou, durante a pré-temporada, uma alternativa tática diferente do tradicional sistema com quatro centrais. A aposta de Jorge Jesus não teve o melhor dos rendimentos, mas não está descartada nos ‘leões’. Para Carlos Severino, é um modelo com possibilidades, mas que não deu provas de ser uma opção válida para já.
“Para jogar com três centrais e preciso ter laterais que sejam muito velozes e que estão constantemente a dar possibilidade para os médios entrem mais em cima da grande área do adversário. Neste momento o Coentrão não esta nessas condições e o Piccini começa a entrar nessa forma. Eu penso que é uma estratégia a usar mediante a posição dos adversários e o que trazem à mesa. Para já, esta nova tática de Jesus não provou que pode ser útil. O Jorge Jesus é casmurro, mas os resultados do 3-4-3 não foram convincentes. Se conseguirem fechar bem o setor defensivo pode ser uma hipótese.”.
A utilização de um sistema com três centrais foi uma das experiências de Jorge Jesus durante a pré-temporada, mas que não teve sucesso no plantel leonino. Nos últimos encontros, o treinador dos ‘leões’ regressou ao seu esquema tático habitual com quatro defesas, quatro médios e dois avançados.
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