A candidatura de Filipe Miranda negociou com alguns credores uma redução de 50 milhões de euros (ME) do passivo do Boavista, da I Liga de futebol, anunciou hoje o adversário de Rui Garrido Pereira nas eleições de sábado.
“Após meses de negociações, foi possível chegar a acordo com alguns dos principais credores e, com isso, garantir a diminuição do passivo do clube em 50 ME - verba que pode ser aumentada, dependendo das negociações com outros credores que ainda não foram suspensas”, observou, em comunicado enviado à agência Lusa.
Enaltecendo um “antecipado ato de gestão de enorme importância para aliviar o sufoco financeiro em que o clube vive”, a lista ‘Boavista, num xadrez de novas conquistas’ deu conta de que o acordo “também beneficia” a SAD, responsável pela gestão do futebol profissional ‘axadrezado’, pois “há responsabilidades comuns em algumas das dívidas”.
“Ao mesmo tempo, caso seja eleito, Filipe Miranda faz questão de, no ato da tomada de posse, entregar uma carta ao futuro presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), deixando inequívoco que apresentará a sua demissão caso não cumpra as promessas que apresentou aos associados durante a campanha eleitoral”, apontou.
Na quinta-feira, em entrevista à Lusa, Filipe Miranda tinha afirmado que a sua equipa já estava antecipadamente a unir esforços para dar resposta aos problemas do Boavista.
“A dívida é de 95 ME, mas já temos gente a trabalhar diretamente no terreno junto dos credores. Estou convicto de que, depois de ser eleito, poderemos ficar com as contas em dia e com quase tudo pago. Estou focado em solucionar os problemas no imediato, mas este processo é tão sensível e não se resolverá de um dia para o outro. Posso dizer que 75% das coisas está a ficar resolvido. Se calhar, falta eu ser presidente para sanar os outros 25%”, estimou.
As eleições dos órgãos sociais do Boavista, 18.º e último classificado da I Liga, rumo ao triénio 2025-2027 decorrem no sábado, das 10:00 às 18:00, no Estádio do Bessa, no Porto.
O gestor Filipe Miranda, antigo guarda-redes e capitão e atual diretor desportivo do futsal 'axadrezado', terá pela frente o advogado Rui Garrido Pereira na corrida à sucessão de Vítor Murta, que não se recandidatou e vai deixar a presidência do clube ao fim de seis anos e dois mandatos.
As duas listas chegaram a ter a concorrência de um movimento liderado pelo senegalês Fary Faye, ex-futebolista e atual presidente da SAD do Boavista, que acabaria por se retirar do sufrágio em 20 de dezembro, 16 dias depois de ter apresentado o seu projeto.
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