Bruno de Carvalho mostrou o seu descontentamento com algumas das regras de funcionamento da FIFA e UEFA. No IV Congresso 'O Futuro do Futebol', organizado pelo Sporting e que decorreu no Pavilhão João Rocha, o líder leonino levantou muitas questões, durante um painel sobre a violência, a corrupção e os resultados combinados no futebol.
"Onde é que começa e acaba o jogo? Onde é que a FIFA e a UEFA devem intervir, e em que situações é que não tem essa capacidade?", começou por questionar.
"Há entidades a esforçarem-se, mas como é que vão chegar aos clubes e dizer: muito bem, vocês estão todos errados, a fazer as coisas mal. Como é que vamos questionar os valores envolvidos nas transferências? É realmente o seu trabalho? Dizer que estamos a fazer tudo mal? Acho que precisam da ajuda governamental", sugeriu.
Ainda sobre a UEFA, Bruno de Carvalho lembrou o diferendo do Sporting com a Doyen para sublinhar que não havia necessidade o problem ser resolvido no Tribunal Arbitral do Desporto.
"Temos o problema com a Doyen, os contratos em si. Porque é que os clubes têm de ir ao TAS? Porque é que os clubes não pedem ajuda quando é preciso? Se não entendem como é que se tem de fazer um contrato com uma empresa... Temos de entender onde começa e onde acaba o jogo. Onde é que a FIFA e a UEFA têm de intervir e quando têm de admitir que há áreas que não podem intervir. Temos o Conselho de Disciplina, Conselho de Justiça... Existem tribunais, autoridades que têm capacidade que podem resolver determinadas questões. Temos de recorrer às entidades que percebem. Porque é que queremos abranger tanta coisa? Temos de nos concentrar no que podemos resolver. Se temos um problema com uma empresa, vamos ao tribunal adequado, à instância que pode resolver o problema. Não podemos abarcar questões que não nos competem. Não vamos encontrar soluções se o futebol não se abrir. Este tipo de questão... porque é que está sob alçada da UEFA e FIFA? Temos de dizer aos governos: o problema é vosso", terminou.
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