Bruno de Carvalho aproveitou mais uma intervenção no congresso 'O Futuro do Futebol' para dar uma 'alfinetada' no G-15, grupo de clubes da Primeira Liga sem os 'três grandes'. Na sua intervenção no painel 'Governança e modelos para o futuro: o caso português', o líder leonino deixou uma pista do que será o G-15.
"O G-15, tudo o que falou teve interesse zero pelo que é o interesse do G-15 que é a centralização dos direitos de televisão. Isto vai acabar na centralização, algo que defendo há imenso tempo", lembrou.
Bruno de Carvalho pediu mais transparência e integridade aos organismos que regem o futebol português, lembrando que é preciso abandonar o já viciado modelo atual.
"Quando valamos de independência e da integridade, do não conflito de interesses, é preciso perceber o modelo de governação do futebol português. Como surgem as pessoas? Como se consegue a tal transparência, o não conflito e interesses, credibilizando as pessoas se são os clubes a quem defendem que os coloca na frente de tudo?
Se queremos ter um modelo íntegro, não posso ser eleito por quem vou liderar. Os compromissos assumidos vão, mais tarde ou mais cedo, a influenciar a independência necessária", disse Bruno de Carvalho.
"Imaginem o que é ser presidente de uma Liga onde tenho de ter o FC Porto, o Sporting e o Benfica ao meu lado para ser eleito... Não acredito neste modelo, nesta bondade de as pessoas separarem a sua necessidade de ser eleito e a necessidade de futebol. É preciso pensar mais fundo e mais profundo", completou.
Para o presidente do Sporting, as mexidas poderiam começar na próxima Liga.
A Liga de Clubes devia ter um único sentido, organizar a Liga e o negócio em si. A discussão seria apenas o negocio e não a questão do agora os 'pequenos' mandam nos 'grandes', já não são os 'grandes' que mandam nos 'pequenos'. A Liga tem de profissionalizar e ser o centro de tudo de forma a termos uma Liga portuguesa mais apelativa ao Mundo. Um organismo autónomo com a disciplina e justiça poderia ser a reformulação profunda do TAD", propôs Bruno de Carvalho, lembrando que os "adeptos estão fartos deste modelo, desta falta de transparência, dos muitos conflitos de interesse. [...]. Neste modelo estamos dependentes daqueles em que vamos mandar, já que são esses que me vão perder o poder", atirou.
"Estamos geneticamente imbuídos do espírito de conflito de interesses porque temos de agradar a gregos e troianos para podermos ser eleitos nas próximas eleições", terminou.
O IV Congresso 'O Futuro do Futebol', organizado pelo Sporting, decorre entre 21 e 22 de março, no Pavilhão João Rocha.
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