Em novo comunicado no Facebook, Bruno de Carvalho voltou a abordar o momento entre jogadores e direção, depois da reação dos jogadores às criticas do presidente do Sporting após a derrota em Madrid.
O líder dos leões voltou a intenção de instaurar processos disciplinares a jogadores do plantel, mas para já não jogadores suspensos.
Leia a mensagem de Bruno de Carvalho na íntegra
"Quando a equipa de futebol regressou de Madrid, os jogadores pediram uma reunião com o Presidente. A mesma ficou de imediato marcada para este domingo, após o jogo com o Paços de Ferreira. Em seguida, foram ter com o treinador abordando o mesmo assunto. A reunião voltou a ser confirmada, com acordo de todos, e contaria também com a presença do treinador e outras pessoas da estrutura do futebol. Para espanto do Presidente, do treinador e demais pessoas da estrutura, e ao arrepio de tudo o que estava combinado entre todos, os atletas decidiram tratar através dos seus Instagram, aquilo que tinha sido reclamado pelos próprios como devendo ser tratado internamente.
Durante o dia de ontem, realizaram-se duas reuniões em que, além do Presidente, estiveram presentes o team-manager, o treinador e os atletas do plantel principal. Coisa estranha, quisemos tratar de tudo em família e dentro de casa, como aliás nos tem sido pedido, e eis que hoje está tudo na praça pública, plantado em todos os jornais, com vários factos deturpados, truncados ou, simplesmente aldrabados. E por isso aqui estamos, outra vez, obrigados a repor a verdade do que se passou.
Na primeira reunião, ficaram claras duas coisas: a total lealdade do treinador perante o Presidente e quem foram os grandes mentores de toda esta questão, de que fazem parte jogadores que, há anos, exigem sair do Clube de todas as maneiras e feitios. Aliás, essa situação ainda foi mais vincada quando, a dada altura, um atleta confrontou o Presidente com o facto - que notóriamente já tinha partilhado com o grupo -, de que o Presidente teria ligado no dia anterior ao líder da Juventude Leonina, pedindo-lhe que batesse nos jogadores, num acto que deixou o Presidente totalmente enfurecido.
O Presidente, recusando este tipo de insinuações, intrigas e manipulações de grupo, que já vêm sendo modus operandi habitual daqueles que, por várias vezes, tentaram desestabilizar o plantel, ligou em frente aos atletas para o líder da referida claque. Não sabendo que estava em alta voz perante toda a equipa, desmentiu categoricamente esse atleta, e os colegas puderam perceber o nível de manipulação a que se chega dentro deste balneário.
Na referida reunião, a que depois se seguiu outra na Academia, não houve nem poderia haver qualquer tentativa por parte dos atletas para que o Presidente se retratasse, nem dentro do grupo nem publicamente, até porque existe o sentimento e reconhecimento de que, por muito que possa desagradar a alguns, o Presidente coloca e colocará sempre os interesses do Sporting CP acima de tudo. É claro para todos que quem manda no Clube é o Presidente, pelo que, os retratamentos ou não que possa ter necessidade de fazer, acontecerão sempre em actos eleitorais ou AG's com os Associados, e nunca por exigência de assalariados ou colaboradores do Clube.
O Presidente foi claro e reafirmou que no Sporting CP não podemos estar perante grupos de atletas que se queiram comportar de forma sobranceira, e que têm, de uma vez por todas, que se focar na obrigação e missão de conquistar títulos e agradar e fazer felizes os Sócios e Adeptos do Sporting CP. Não podemos compactuar com joguinhos de "bastidores" internos, prejudicando os grupos e com atitudes de "ameaças e pressões" a colegas, sobretudo quando já havia uma reunião marcada para hoje, após o jogo, acordada por todos - Presidente, treinador e atletas. Isto tem sempre na sua base a tentativa de esconder insucessos, e promover na opinião pública um novo sentimento de revolta, cujos mentores terão aprendido a fazer, certamente, com as lições que tiveram durante o célebre e triste episódio protagonizado por alguém que, com uma agenda própria, tentou, com relativo sucesso, virar os sportinguistas contra o seu Presidente.
Estamos a fazer este comunicado pois não permitiremos, através do nosso silêncio como fizémos no passado, uma nova situação como a que ficou conhecida no universo sportinguista como "o caso Marco Silva". Foi, aliás, por gerir esse assunto só "dentro de casa", que se permitiu a criação de um mito e que se deixou que uma pessoa alimentasse uma "guerra" dos sportinguistas contra o seu Presidente, com constante passagem de informação falsa e deturpada para a Comunicação Social.
O mesmo se pode concluir da leitura das notícias de hoje. Alguém dentro daquelas duas salas, apressou-se, ao estilo do episódio já aqui referido, a colocar uma série de notícias falsas por todos os jornais. São este tipo de hipocrisias em que se apela publicamente para que os assuntos sejam tratados dentro de casa, para que depois, com recurso a serem "fontes anónimas", poderem livremente conspurcar uma Comunicação Social que, já por si, inventa todos os dias novas mentiras sobre o Sporting CP - facto que é intolerável - que não podemos nem iremos permitir.
Neste Clube, apesar das lições tristes que, há 3 anos, alguns jogadores tiveram, não iremos compactuar com atitudes dissimuladas, manipuladoras e desestabilizadoras, ficando, do nosso lado, em silêncio. Não se pode combater quem luta de forma "suja", recorrendo ao anonimato para atacar o Presidente e com isso o Clube, sem os desmascarar a cada passo.
Sobre as várias restantes notícias hoje veiculadas, há que salientar alguns aspectos. Desde logo, é totalmente falso que aquelas pessoas a quem os jornais chamam de "VIP's" - que para nós são os mais de 3.5 milhões de sportinguistas -, tenham tido qualquer conversa com o Presidente sobre o tema em questão. Aliás, das pessoas referidas e em que constam nomes como José Maria Ricciardi ou José Eduardo, apenas Eduardo Barroso ligou ao Presidente, num gesto de grande elevação como é seu apanágio, com a única preocupação de saber como estava a sua saúde, a da sua esposa e a da filha que está para nascer. Ainda existem muitos, num meio pejado de hipócritas e oportunistas, como por exemplo Paulo Abreu, Carlos Seixas, Menezes Rodrigues ou Madeira Rodrigues, que nestes momentos sabem demonstrar a sua total confiança e amizade plena.
Também são de salientar os telefonemas do Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Clube, Nuno Silvério Marques, do Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar da SAD, Rui Moreira Carvalho, e do Presidente da MAG do Clube, Jaime Marta Soares, dando conta da sua total solidariedade. É nestes momentos em que, como diz o povo, conseguimos distinguir o trigo do joio, e conseguimos perceber quem, de forma discreta e directa, demonstra a sua solidariedade, como foram os casos das pessoas já referidas ou de toda a Direcção do Clube e Administração da SAD, dos outros que não resistem aos holofotes da Comunicação Social ou das pressões mediáticas ou no seu meio de "amigos" e, ao invés de deixarem os que por direito, estatutos e regulamentos, podem e devem apagar os fogos que vão existindo de forma natural em todas as instituições, tentando intrometer-se e conseguindo atear ainda mais o fogo de um incêndio que já estava controlado em todas as suas frentes, não respeitando a autonomia de cada órgão e podendo pôr em causa o princípio da lealdade institucional entre órgãos sociais.
No final do dia, todos temos que tirar as nossas lições:
1. O Presidente faz e age como quer e onde quer, sendo que a única coisa que o move é e será sempre a defesa dos superiores interesses do Sporting CP e honrar a confiança dos Sócios que o elegeram;
2. O Presidente não age a mando nem de atletas, nem de treinadores, nem de presidentes ou membros de outros órgãos sociais;
3. O Presidente exigirá sempre, pelas formas que considere adequadas, a excelência, a atitude, o compromisso e o respeito pelas hierarquias e autonomias e, sobretudo, por aqueles que são de facto o maior activo e património do Clube, os seus Sócios e Adeptos;
4. O Presidente chegou à conclusão que a suspensão imposta aos atletas, não teria efeito de castigo mas apenas serviria para ser mais uma desculpa para que não pudessem cumprir as suas funções e as obrigações para que são pagos;
5. Perante a situação grave que se viveu, com a atitude dos jogadores que acabou por manchar o bom nome do Presidente e do Clube, serão mantidos os processos disciplinares;
6. Existem coisas que, mesmo sendo de casa, nunca podem ser ditas ou feitas, pois um Clube e uma SAD podem ser uma família, mas também serão sempre instituições com hierarquias, regras e princípios, e onde uma das normas basilares - além do respeito pelas mesmas -, é e será sempre, pelo menos enquanto esta Direcção e Administração continuarem à frente do Clube e da SAD, o nunca se poder faltar ao respeito aos Sócios e Adeptos. Nem por atitudes, nem por palavras, nem por falta de empenho.
Do nosso lado, se os jornais não continuarem a ser inundados por "fontes" que sabemos bem quem são, iremos remeter-nos, a partir daqui, ao silêncio sobre este assunto. Se assim não for, continuaremos na nossa política de transparência de que os Sócios e Adeptos têm sempre o direito de saber o que se passa dentro da sua casa para que, ao contrário do que aconteceu até 2013, e no já referido episódio acima mencionado, não vivam na opacidade, no obscurantismo e na ignorância.
Dito isto, vimos pedir a todos os Adeptos e Sócios do Sporting CP que continuem, de forma apaixonada e genuína, a serem o 12° Jogador, demonstrando que são de facto os melhores do mundo, sem nunca terem receio de exigir a todos sem excepção, os que servem o Clube e a SAD, que se superem num clima de exigência máxima, que aquele que faz com que, apesar de passarmos décadas sem ser campeões no futebol sénior masculino, vemos a nossa família, a cada dia, crescer de forma exponencial.
É esta paixão e amor incondicionais que devemos continuar a passar aos que nos rodeiam e, sobretudo, exigindo a todos aqueles que são pagos para servir o Clube.
Quanto à Direcção do Clube e da SAD, continuaremos com o mesmo Esforço, Dedicação e Devoção a gerir estas instituições e a lutar pela verdade desportiva, que deve voltar a ser o foco de todos nós. Pois são casos como os vouchers, os e-mails, o E-toupeira ou os jogos para perder que nos podem também afastar do caminho da Glória que traçámos e pela qual trabalhamos diariamente, 24 horas, para conquistar".
Críticas dos jogadores e ameaça de suspensão
Recorde-se que o plantel do Sporting condenou as críticas e a ausência de apoio do presidente do clube, Bruno de Carvalho, após a derrota no terreno do Atlético de Madrid, nos quartos de final da Liga Europa de futebol.
Através do Facebook, Bruno de Carvalho anunciou que iria suspender os jogadores do Sporting que há minutos publicaram um texto contra as suas declarações após a derrota em Madrid, frente ao Atlético. Entretanto, o dirigente 'leonino' retirou o texto da sua conta de Facebook.
“Espelhamos neste texto o nosso desagrado, por virem a público as declarações do nosso presidente, após o jogo de ontem [quarta-feira], no qual obtivemos um resultado que não queríamos [derrota por 2-0]. A ausência de apoio, neste momento, daquele que deveria ser o nosso líder. Apontar o dedo para culpabilizar o desempenho dos atletas publicamente, quando a união de um grupo se rege pelo esforço conjunto, seja qual for a situação que estejamos a passar, todos os assuntos resolvem-se dentro do grupo”, lê-se numa mensagem divulgada nas redes sociais oficiais de vários jogadores ‘leoninos’.
Críticas após Madrid
Após a partida de quinta-feira, em que os leões foram derrotados por 2-0, Bruno de Carvalho tinha reagido desta forma.
Bruno de Carvalho recorreu às redes sociais para manifestar o seu desagrado pela derrota do Sporting diante do Atlético Madrid (2-0), deixando algumas críticas à exibição da equipa 'leonina'.
"O que queria ter visto: Uma equipa concentrada, com atitude e compromisso, defensivamente irrepreensível e com faro de golo. De 11 superarem-se e tornarem-se 22. O que vi: Uma equipa com atitude mas com uma defesa que não esteve concentrada. Coates e Mathieu a fazerem o que os avançados do Atlético não conseguiam. E o 2-0 a surgir sem nada terem feito para isso, a não ser (e não é pouco) marcarem. Gelson aos 32m isolado frente a Oblak, em vez de "fuzilar" para a esquerda, tenta colocar em jeito, mas sem força, para o lado direito perdendo um golo que já quase se gritava. De 11, em vez de 22 como queria, fomos 9, muitas vezes, e isso paga-se caro... Fábio e Bas Dost 'não quiseram jogar' em Alvalade, com faltas para amarelo que nunca poderiam ter feito", começou por escrever o presidente leonino no Facebook.
"O Atlético não dominou mas venceu por 2-0. O Sporting CP demonstrou que tem equipa para fazer mais, mas não o fez. Agora, em vez de podermos resolver mais fácil em Alvalade, resta-nos sonhar com a reviravolta. É possível? É! Era necessário este resultado de hoje? Não! Viver um jogo de longe custa muito mais, mas ver erros grosseiros de jogadores internacionais e experientes ainda acrescenta mais ao sofrimento", escreveu.
A atuação do árbitro também mereceu críticas: "Diego Costa a ser 'intocável', sendo que 'pediu' amarelo várias vezes mas não conseguiu, apesar de o merecer pelo esforço constante. Um livre não assinalado encostado à grande àrea por falta devido a corte com a mão do jogador do Atlético aos 83m. As mãos e a cara continuam a confundir os russos. Uma falta aos 87m pelas costas que devia ter dado cartão amarelo ao jogador do Atlético, sendo que isso evidenciou critérios disciplinares diferentes."
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