O Boavista voltar a estar cercado de incertezas no arranque da sua 62.ª presença, e 11.ª consecutiva desde a reintegração administrativa, na I Liga, numa altura em que está proibido de inscrever novos futebolistas há quatro ‘janelas’ de transferências.
Várias dívidas pendentes, aliadas a processos movidos por credores, resultaram nos 30 impedimentos atualmente aplicados pela FIFA às ‘panteras’, que já obtiveram ‘encaixes’ financeiros com a venda de ativos influentes, mas ainda não puderam inscrever reforços. Apesar dos problemas, a equipa arrancou a edição 2024/25 da I Liga com uma vitória no terreno do Casa Pia.
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Essas limitações têm feito diluir gradualmente a competitividade e vasteza de opções do Boavista, campeão nacional em 2000/01, que dependeu de um penálti convertido já aos 90+11 minutos da 34.ª e última ronda para garantir a permanência na I Liga em 2023/24.
Vencimentos em atraso, duas mudanças técnicas e um extenso impasse presidencial na SAD, com a eleição do ex-avançado senegalês Fary Faye como sucessor de Vítor Murta em maio, pautaram a ordem do dia no Bessa, onde não baixar do 15.º lugar é primordial.
Depois de ter terminado uma série de sete temporadas como adjunto de PAOK Salónica, Al Hilal e Udinese, o italiano Cristiano Bacci reativou as funções de técnico principal, que exercera pela derradeira vez na Olhanense (2015-2016), mas trabalha com instabilidade.
O médio nigeriano Ibrahim Alhassan, que terminou contrato com o Beerschot, promovido ao campeonato belga, e o extremo brasileiro Bruninho, emprestado pelo Atlético Mineiro, atuaram em vários duelos de preparação, mas têm a inscrição condicionada, num plantel repleto de juventude, com 10 atletas abaixo dos 21 anos, três deles oriundos dos sub-19.
Róbert Bozeník, o capitão Sebastián Pérez, Salvador Agra, Bruno Onyemaechi, Rodrigo Abascal, Miguel Reisinho e João Gonçalves resistem do núcleo das últimas épocas, que continua a ser estruturada em ‘4-3-3’, mas perdeu 10 jogadores, incluindo cinco titulares.
O lateral direito Pedro Malheiro foi recrutado pelo Trabzonspor por dois milhões de euros (ME) fixos e o defesa central nigeriano Chidozie rumou ao Cincinnati por 500.000 euros, enquanto o extremo Bruno Lourenço (Amedspor) alegou prestações retributivas em falta para formalizar um pedido de rescisão unilateral, tendo o central francês Vincent Sasso (Dunkerque) e o médio congolês Gaius Makouta (Alanyaspor) saído em final de contrato.
As movimentações de mercado debilitaram o Boavista, que cumprirá a quinta época sob intervenção do acionista maioritário hispano-luxemburguês Gérard Lopez, recentemente visado pela ‘queda’ administrativa do segundo ao quarto escalão e consequente risco de insolvência do Bordéus, seis vezes campeão francês, do qual é proprietário desde 2021.
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