O FC Porto venceu o dérbi da cidade Invicta com um golo solitário de Alex Telles, aos 9 minutos, resultado que permite à equipa azul e branca manter os dois pontos de distância para o líder Benfica. O pontapé do lateral brasileiro foi o corolário de um jogo bastante físico e combativo, um dia depois de Sérgio Conceição avisar que era preciso "sentir o clube", quando ainda se desconhecia a sanção disciplinar a quatro dos seus jogadores.
Os dragões fizeram por merecer o triunfo no Bessa, ainda que pela margem mínima, frente a um Boavista que caiu bastante de rendimento após o intervalo, acabando por acusar a aposta num sistema com três centrais.
As duas equipas apresentaram-se com várias alterações no onzes iniciais, sendo que o FC Porto foi para este jogo sem Marchesín, Uribe e Luis Diaz, riscados por Sérgio Conceição por razões disciplinares, e também sem o lesionado Pepe. Tudo isto na ressaca da derrota em Glasgow, frente ao Rangers, para a Liga Europa. A titularidade acabou por ser entregue a Diogo Costa, em estreia absoluta na I Liga, Loum, Fábio Silva e Marega, que falhara os últimos quatro compromissos da equipa.
No lado dos axadrezados, Lito Vidigal voltou a apresentar uma linha defensiva composta por cinco elementos, promovendo os regressos de Bracali, Dulanto, Heriberto e Mateus.
Percebia-se, desde logo, que este seria um dérbi musculado, e foi dessa forma aguerrida que Alex Telles, aos 9 minutos, ganhou uma segunda bola, avançou em direção à área e encheu o pé, inaugurando o marcador. O lateral correu para o banco de suplentes para festejar com Sérgio Conceição e chamou toda a equipa para um abraço de grupo, num momento carregado de simbolismo.
O jogo prometia ser tranquilo para o FC Porto, porque aos 13 minutos Manafá intercetou um passe de Mateus, cruzou atrasado e Fábio Silva falhou o desvio e o que podia ter sido o 2-0. Aos 24’ foi a vez de Iván Marcano cabecear ligeiramente ao lado da baliza de Bracali.
O Boavista teve uma excelente oportunidade para empatar através de Ricardo Costa (28’). O defesa central tinha tudo para fazer golo, mas acabou por atirar por cima ao segundo poste, na sequência de um pontapé de canto e de um primeiro desvio de Rafael Costa. Foi, de resto, o momento mais perigoso da equipa de Lito Vidigal, que foi mostrando grandes dificuldades nas saídas para o ataque.
A segunda parte foi ainda mais dura e faltosa que a primeira, mas pobre em qualidade de jogo. O FC Porto parecia ainda mais tranquilo na sua vantagem, o que levou Lito Vidigal a trocar Heriberto por Yusupha, sem desfazer o quinteto defensivo. Acabou por ser o dragão a ficar mais perto do golo, com Loum a cabecear muito perto do poste da baliza axadrezada, na sequência de um canto. Pouco tempo depois, Bracali respondeu com enorme defesa a um desvio de cabeça de Marega.
Sérgio Conceição também mexeu na equipa, fazendo entrar Zé Luís e Nakajima (saíram Fábio Silva e Manafá), com Paulinho a render Mateus no lado dos boavisteiros. Apesar das mudanças, os axadrezados jogavam cada vez mais longe da baliza de Diogo Costa, que acabou por ter uma noite sossegada, o que permitiu ao FC Porto gerir a vantagem sem grandes sobressaltos.
Os azuis e brancos voltaram a estar perto do 2-0 na reta final, com um remate ao poste de Zé Luís, depois de tirar do caminho dois defesas, mas o marcador não voltaria a sofrer qualquer alteração. Há muito que a cura para a ressaca estava encontrada.
Momento
1-0 por Alex Telles: Grande golo do lateral brasileiro, um remate cruzado, de fora da área, como que a afastar os 'fantasmas' que assombraram a equipa durante a semana. A celebração, de enorme carga simbólica, também é digna de registo.
O melhor
Alex Telles: Marcou o terceiro golo na presente temporada, depois de Gil Vicente e Portimonense, curiosamente todos eles fora de portas. Bem no plano defensivo, apesar de não ter sido verdadeiramente posto à prova.
O pior
Segunda parte do Boavista: A jogar em casa, esperava-se muito mais do conjunto axadrezado que até há pouco tempo era dos poucos com um registo imaculado no campeonato - acabou por perder na jornada anterior, em Setúbal. A linha defensiva de cinco homens não só não ajudou, como hipotecou a reação ao golo madrugador do FC Porto.
Reações
Conceição recusa falar da noitada mas elogia escolhas: "Um menino de 17 anos bateu-se como um homem"
Alex Telles: "Parece que querem separar o grupo, mas estamos unidos"
Lito Vidigal: "Na 2.ª parte o FC Porto quebrou o ritmo de jogo, o jogo estava muito parado"
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