Depois de anunciar Rui Costa como novo presidente do clube, o Benfica enviou um comunicado à CMVM onde dá conta da suspensão de "todos os poderes, direitos e deveres de Luís Filipe Vieira".
Comunicado do Benfica
"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD ("Benfica SAD") informa, nos termos e para os efeitos previstos no artigo 248.º-A do Código dos Valores Mobiliários, que o Conselho Fiscal da Benfica SAD suspendeu o Presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, em conformidade com o disposto no número 1, alínea b) do artigo 400.º do Código das Sociedades Comerciais ("CSC"), na sequência de um pedido que lhe foi dirigido pelo mesmo, tendo em consideração que se encontra em curso um inquérito no âmbito de uma investigação criminal que o envolve e no contexto da qual foi detido.
Em conformidade, com efeitos imediatos e por prazo indeterminado, nos termos previstos na lei, encontram-se suspensos todos os poderes, direitos e deveres do Presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, exceto os deveres que não pressuponham o exercício efetivo de funções. Durante esse período de suspensão, e em conformidade com o disposto no número 2, do artigo 400.º do CSC, desempenhará as funções de Presidente do Conselho de Administração Rui Manuel César Costa, até agora vogal do Conselho de Administração, mantendo o Conselho de Administração todas as suas atribuições e competências nos termos previstos na lei e nos estatutos.
A Benfica SAD informa ainda que, como já indicado no comunicado divulgado em 7 de julho de 2021, será solicitada a aprovação pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de uma adenda ao prospeto aprovado em 1 de julho de 2021. Nos termos já previstos nesse prospeto, conforme vier a ser alterado pela mencionada adenda, os investidores que já tenham transmitido as suas ordens de subscrição poderão revogá-las ou modificá-las até 16 de julho de 2021 ou até três dias após a data de aprovação da adenda, caso esta venha a ser aprovada após 13 de julho de 2021."
O empresário Luís Filipe Vieira comunicou hoje a suspensão, “com efeitos imediatos”, do exercício de funções como presidente do Benfica, em consequência de detenção no âmbito da operação ‘cartão vermelho’.
“O Benfica está primeiro, perante os eventos dos últimos dias, no âmbito da operação ‘cartão vermelho’, em que sou diretamente visado, e enquanto o inquérito em curso puder constituir um fator de perturbação, suspendo, com efeitos imediatos, o exercício das minhas funções como presidente do Sport Lisboa e Benfica, bem como de todas as participadas do clube”, comunicou o advogado de Luís Filipe Vieira, à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal.
O empresário e presidente do Benfica, de 72 anos, foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais".
Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”.
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