O Benfica limitou-se a contratações cirúrgicas – contrariadas por idênticas saídas de vulto -, na expectativa de reconquistar o título português de futebol, mas a aposta da continuidade encerra riscos e o maior será mesmo o treinador Roger Schmidt.
O técnico alemão tenta reencontrar o caminho do êxito na I Liga na época 2024/25, depois de ter deixado escapar o título para o Sporting na anterior, que terminou sob forte contestação dos adeptos, ainda que apoiado reiteradamente pelo presidente Rui Costa.
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Para já começou mal, com a derrota no terreno do Famalicão na ronda inaugural por 2-0, num jogo onde a exibição deixou muito a desejar.
Schmidt entrou de rompante no futebol nacional, com um modelo de jogo atrativo e a conquista do título em 2022/23, o 38.º das ‘águias’, recorde da competição, mas desbaratou esse capital com sucessivos equívocos na temporada seguinte, que terminou a 10 pontos do rival lisboeta.
O treinador germânico parte mais pressionado do que seria desejável para a nova época, que marca uma inversão na política desportiva do clube, com uma abordagem mais moderada ao mercado de transferências, apesar do encaixe significativo com a saída de João Neves para o Paris Saint-Germain, por 59,9 milhões de euros fixos.
O jovem médio, de 19 anos, foi a grande revelação da temporada passada e Rui Costa não encontrou argumentos para rejeitar a proposta francesa, tal como sucedeu há um ano com o avançado Gonçalo Ramos, para o qual o Benfica procurou, incessantemente e sem sucesso, um substituto à altura.
A busca pode ter terminado com a contratação do grego Vangelis Pavlidis, a julgar pelo desempenho do avançado nos seis jogos de preparação, nos quais marcou sete golos, tendo ficado em ‘branco’ apenas no último, na derrota por 1-0 frente ao Fulham, treinado por Marco Silva, a única sofrida pelo Benfica na pré-época.
Além de Pavlidis, a única ‘extravagância’ de Rui Costa até ao momento, contratado ao AZ Alkmaar por 18 milhões de euros (ME), o vice-campeão nacional reforçou-se com o defesa alemão Jan-Niklas Beste, proveniente do Heidenheim, por oito ME, e o médio luxemburguês Leandro Barreiro, a custo zero, após terminar contrato com o Mainz.
Já o médio português Renato Sanches fez o percurso inverso de João Neves e regressou ao clube onde se formou por empréstimo do PSG, e pode ser a escolha ideal para ocupar a vaga deixada pela saída do jovem prodígio, num setor com muitas opções para Schmidt: Florentino, Aursnes, João Mário, Kökçü, Rollheiser e Leandro Barreiro.
O ataque até pode ressentir-se da saída de Rafa, que se mudou para o Besiktas após terminar contrato, e da veteranice do argentino Di María, de 36 anos, mas Prestianni deixou excelentes indicações e a capacidade goleadora de Pavlidis oferece garantias que o tridente composto por Arthur Cabral, Schjelderup e Marcos Leonardo nunca conseguiu dar.
A defesa foi apenas retocada, com a inclusão de Beste na lateral esquerda (órfã de Grimaldo durante toda a época anterior), registando-se a ascensão do central Morato, em contraponto com a aparente perda de protagonismo de António Silva, enquanto o ucraniano Anatoliy Trubin permanece inamovível na posição de guarda-redes.
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