O Benfica alcançou a primeira goleada na era Bruno Lage, ao bater esta noite o Gil Vicente por 5-1, na 7.ª ronda da I Liga de futebol. Os encarnados começaram a perder na Luz, graças a Félix Correia, mas Otamendi, Akturkoglu, Amdouni, Florentino Luís e Rollheiser operaram a reviravolta para a quarta vitória do técnico em outros tantos jogos esta época.
Os encarnados isolam-se, de forma provisória, no terceiro posto, com 16 pontos, mais um que o FC Porto que ainda não jogou nesta ronda.
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Eficácia é boa e eu gosto
Bruno Lage ressuscitou uma daquelas máximas do futebolês de que 'em equipa que ganha não se mexe' e lançou na Luz o mesmo onze que tinha batido o Boavista na última ronda no Bessa. Bruno Pinheiro não foi em 'futebolices' e trocou o costa-marfinenses Mory Gbane por Santi García.
Foi um 'galo' de crista levantada e peito cheio aquele se apresentou no anfiteatro da Luz, pronto para 'cantar de galo' como o seu treinador prometera. "Seria lógico dizer que 'assinava' já o empate, mas temos vontade de ganhar."
Com um futebol de 'gente grande', comandado pela inteligência de Kanya Fugimoto, os gilistas lograram marcar primeiro, logo aos oito minutos, numa combinação que já se tinha visto no empate com o Famalicão: Kanya Fugimoto descaiu pela direita, esperou pelo momento certo antes de meter uma bola 'redondinha' para os pés de Félix Correia, que fuzilou de pronto Trubin. Simples, bonito, bem delineado. O Benfica estava avisado.
Com o 12.º jogador a puxar e bem nas bancadas, os encarnados não se deixaram abater e foram à procura da igualdade. E de quem tem campeões do Mundo do plantel, pode-se esperar algo a qualquer instante. Um canto de Di Maria muito puxado ao segundo poste encontrou a cabeça de Otamendi, que atirou para o fundo das redes, aos 17 minutos. Estreia a marcar do central argentino, campeão do Mundo, esta época no Benfica, no seu jogo 200 pelos encarnados.
Não demorou muito a surgir a reviravolta. Andrew, guarda-redes do Gil Vicente, até estava a ter uma noite tranquila na Luz, mas a eficácia encarnada era quem ditava leis. Minuto, 25, subida de Aursnes pela direita (sentiu saudades?), centro desviado por um contrário que foi ter com Kerem Akturkoglu. O turco atirou de cabeça e fez o seu terceiro golo de águia ao peito em quatro jogos, o oitavo da temporada (tem ainda cinco assistências), entre clubes (Benfica e Galatasaray) e seleção (Turquia).
Este turco cheira a golo por todos os poros.
Aos 29 minutos, Ruben Fernandes resolveu estragar a estatística, desperdiçando na área do Benfica uma bela oportunidade para o 2-1, após canto. Trubin já tinha entrado nessa festa de desmancha-prazeres quando, aos 20 minutos, defendeu com a ponta dos pés o remate de Cauê, isolado por Félix Correia no limite do fora-de-jogo.
Os adeptos do Benfica gostavam do que viam, mas não podiam ir para o intervalo descansados, apesar da vantagem. O Gil Vicente estava na Luz pelos três pontos e tudo iria fazer para os levar para a cidade de Barcelos.
Kerem Akturkoglu quis logo ferir essas ambições gilistas aos 54 minutos, num centro que tinha como destino Pavlidis, mas o angolano Buatu desviou a rota da bola e evitou males maiores. Via-se que o Benfica queria o terceiro o mais rápido possível. Se não ia de perto, ia de longe, como Kokçu mostrou aos 54, para Andrew encaixar.
Com o Benfica a não meter a bola dentro da baliza, qualquer ajuda seria bem-vinda, devem ter pensado os adeptos encarnados, quando, aos 63 minutos, Andrew quase abria a capoeira, num atraso de Félix Correia.
Do banco para a tranquilidade até a goleada final
Se os de de lá dentro não resolvem, que tal os do banco? Bruno Lage lançou Amdouni, Rollheiser e Arthur Cabral nos postos de Akturkoglu, Kokçu e Pavlidis para tentar mexer com o jogo e evitar que houvesse Galo na Luz.
E não é que acertou? Pé esquerdo de Rollheiser para pé esquerdo de Amdouni e vai já daqui. O helvético disparou de fora da área, Andrew estirou-se, mas não o suficiente. Bola junto a base do poste e 3-1 para o Benfica. Bruno Lage tinha razão.
Já com Beste no lugar de Di Maria (lado esquerdo reforçado a nível defensivo), o Benfica teve nos pés o 3-1, mas Carreras resolveu entrar para os apanhados. Aos 81 minutos, Beste tentou encontrar Arthur Cabral, o avançado brasileiro não ficou com a bola que sobrou para o espanhol que, com a baliza aberta e Andrew fora da baliza, atirou para fora. Que perdida!
Foi preciso um médio defensivo com poucos golos na carreira - Florentino Luís - mostrar a Carreras como se faz: canto de Beste, primeiro desvio de Otamendi para a cabeça de Florentino fazer o 4-1 aos 90 minutos, o seu segundo golo esta época. Parece que Tino só marca com Bruno Lage.
Esperava-se que a goleada já estivesse consumada, mas Andrew, que já tinha ameaçado abrir a capoeira, concretizou a ameaça aos 90+4: largou um centro fácil de Prestiani na pequena área onde estava Rollheiser que só teve de encostar para o fundo das redes, fazendo o 5-1.
Bruno Lage iguala o seu melhor arranque no Benfica, ao conseguir o quarto triunfo seguido ao comando do Benfica (3 na Liga e uma na Champions), tal como tinha conseguido na sua primeira passagem pelo emblema encarnado. O Benfica sobe ao segundo posto, de forma provisória, com 16 pontos, mais um que o FC Porto que ainda não jogou nesta ronda.
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